quinta-feira, 30 de junho de 2011

Rácio de transformação de depósitos em crédito em Portugal

Segundo declarações do Governador do Banco de Portugal, os bancos
terão que reduzir o seu rácio de transformação de depósitos em crédito
para valores abaixo dos 120%. O rácio de transformação é dado pelo
quociente entre os créditos concedidos a terceiros e os depósitos dos
clientes. Actualmente este rácio situa-se, em média, nos 144%.
Significa isto que mantendo tudo o resto constante (depósitos) terá
que existir uma contração do crédito concedido em 20%. (Cheguei a este
valor dividindo 144% por 120%, que se traduz na redução do numerador
(crédito) pressupondo que os valores dos depósitos se mantêm
constantes.)

Médias são médias, e existem alguns bancos em que as contrações terão
forçosamente de ser superiores. No caso do BES estima-se que o seu
rácio de transformação atinja os 160%.

A alternativa à redução do crédito concedido poderá passar pelo
aumento dos depósitos de clientes. Mas tal só será possível com a
transferência de montantes actualmente alocados a produtos
concorrentes dos depósitos, como os Certificados de Aforro/ Tesouro e
os fundos de investimento. Algo que já tem vindo a acontecer...

Índices de incumprimento soberano - BlackRock Sovereign Risk Index

Foi divulgado recentemente um novo índice associado à verosimelhança
de incumprimento soberano. Portugal surge em 2º da lista entre os
países com maior probabilidade de incumprimento, mas esse facto já não
é surpresa, dados os juros que nos são cobrados nos mercados.
Seria interessante que esta metodologia, essencialmente quantitativa,
competisse com as avaliações das grandes agência de rating, muitas
delas suportadas por factores subjectivos e juízos de valor.
Este novo indicador é influenciado pelas seguintes categorias de factores:
1) Espaço fiscal — Défice do Sector Público, Dívida Pública (em %
PIB), crescimento potencial do PIB, volatilidade da taxa de
crescimento do PIB e da taxa de inflação, estrutura etária da
população, posição de dívida assumida pelos residentes, etc.
2) Posição financeira externa — Endividamento externo, défice da
balança corrente
3) Saúde do Sistema Financeiro — Crédito mal-parado e qualidade dos
activos da banca, risco de insolvência
4) Willingness to Pay — Factores institucionais e culturais que
influenciam a "vontade" dos governos pagarem, ou ao invés, repudiarem
a dívida. Reestruturações da dívida ao longo da história entram para a
computação deste indicador.
Os pesos de cada categoria de factores na estrutura do índice podem
ser visualizados nos gráficos acima.


https://www2.blackrock.com/webcore/litService/search/getDocument.seam?venue=PUB_IND&source=GLOBAL&contentId=1111142235

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Investir nas obrigações dos clubes de futebol

Deixemos as emoções de lado. Existem sempre quando se fala de futebol, mas actuemos como investidores racionais. Recentemente o Sporting Clube de Portugal e o Futebol Clube do Porto emitiram obrigações com uma taxa de juro (cupão) bastante elevada.

SCP - Taxa de cupão de 9,25%; Maturidade a três anos; Montante 20 milhões de Euro.
FCP - Taxa de cupão de 8%; Maturidade a ; Montante 10 milhões de Euro.

Terão os clubes capacidade para fazer face aos seus encargos com juros?

Um indicador interessante para avaliar a capacidade de respeitar os compromissos assumidos é o interest coverage ratio, que se traduz no rácio entre os resultados operacionais e os juros pagos. No caso do FCP, em 2009-2010 este rácio apresentava um valor de 50%. Significa isto que os resultados operacionais só cobrem 50% dos custos financeiros. Já o SCP não registou resultados operacionais positivos.

Estaremos perante um esquema de Ponzi? Não vou responder a esta questão, mas é estranho clubes de futebol pagarem uma remuneração inferior à Républica de Portugal, mesmo estando numa situação financeira complicada.

Queda do preço das avaliações bancárias

A avaliação bancária da habitação caiu 2%, em Maio, quando comparado
com igual período do ano passado, segundo revela o Instituto Nacional
de Estatística (INE). Esta é a nona queda consecutiva e é a maior
desde Fevereiro.
Análise económica simples:
O que influência positivamente o preço das casas:
+ poder de compra
+ escassez da oferta
+ abundância de crédito
+ mau funcionamento do mercado de arrendamento
+ factores culturais

O primeiro factor exerceu alguma influência no final dos anos 90 para
a subida acelarada do preço das casas em conjunto com a escassez das
casas. Porém, estou em crer que os três últimos factores foram os que
mais contribuiram para o aumento dos preços das casas.

terça-feira, 28 de junho de 2011

A importância futura da poupança

Segundo o programa do novo governo, vai-se avançar para um sistema
misto de segurança social: pay as you go + capitalização.

«Será necessário estudar e avaliar a introdução de reformas que,
mantendo a garantia
do Estado no domínio da solidariedade obrigatória, introduza uma componente de
poupança nas pensões de velhice com base na responsabilidade individual, em
capitalização, de forma a manter um equilíbrio intergeracional sustentado.
Este contributo tem subjacente a necessidade da apresentação, a médio prazo, de
medidas profundas de reestruturação do sistema com a preocupação de manter a sua
sustentabilidade, de não sobrecarregar financeiramente as futuras
gerações e de não
pôr em causa o emprego dessas mesmas gerações.»
Devo confessar que sou adepto desta modalidade. Fará algum sentido as
pessoas descontarem 34% do salário (11% do trabalhador + 23% da
entidade empregadora) para na reforma (daqui a 30/40 anos) se obter
apenas 40-50% do último salário?
A inversão da pirâmide geracional tornam completamente inviável o
actual modelo de segurança social.

Subida das taxas de juro de referência do BCE

"Estamos unidos no objectivo de conseguirmos controlar as
expectativas" da inflação, disse Jean Claude Trichet em Amesterdão,
citado pela Bloomberg.
"As indicações que dei, lembrando a nossa postura de forte vigilância,
significa que pode haver uma subida das taxas na próxima reunião",
disse Jean-Claude Trichet. "Mas não assumimos esse compromisso, a
decisão será tomada quando julgarmos que é necessário".
Parece ser para breve a subida das taxas de juro de referência do BCE.
Com as expectativas de inflação a subir, o BCE parece determinado a
aumentar o valor temporal do dinheiro. Mas fará sentido numa altura em
que os níveis de desemprego na zona Euro continuam 3-4 p.p. acima do
nível em que se encontrava antes da crise de 2008?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mais um banco dinamarquês que faliu

O Fjordbank Mors é o mais recente banco dinamarquês a ser resgatado pelo governo, depois de se revelar insolvente. O organismo público dinamarquês Finansiel Stabilitet salvou o banco Fjordbank Mors, no âmbito do chamado “Pacote da Banca III” que estabelece as regras para os resgates, avança o “Financial Times” citando a imprensa daquele país.

Estas regras significam que os investidores em dívida sénior de bancos falidos – e até mesmo os depositantes – serão expostos às suas perdas.
Em suma, estas regras reduzem o risco moral dos credores dos bancos, dado que estes podem incorrer em perdas. Mas se assim for, em períodos de pânico não haverá um risco de efeito dominó se a interdependência do sector bancário for elevada? Isto é, o Banco A deve a B, que por sua vez deve a C, e por aí adiante, se um dos bancos se tornar insolvente e não assumir os compromissos para com os restantes, não estará o sistema financeiro em cheque?


BIS defende subida das taxas de juro

A recomendação do BIS consta do relatório anual da instituição, ontem divulgado em Basileia, na Suíça, e consubstancia-se no receio de que os riscos inflacionistas se alastrem com a subida do preço das matérias-primas e com o aumento dos níveis de procura mundial.

O que são Credit Default Swaps (CDS)?

Os CDS conferem protecção contra o risco de crédito de uma entidade
emitente, seja ela uma empresa ou um país. O vendedor de protecção é
obrigado a comprar a obrigação de referência pelo seu valor facial
quando sucede um evento de crédito (falência da entidade emitente,
incumprimento, moratória ou repudiação/reestruturação da dívida),
compensando assim o comprador pela sua perda. Em contrapartida, o
comprador de protecção efectua pagamentos periódicos ao vendedor até à
primeira das seguintes datas: data de maturidade do CDS ou data de
ocorrência de um evento de crédito. O pagamento periódico (normalmente
em termos trimestrais) encontra-se usualmente expresso em percentagem
(ou em pontos base) do valor nocional do contrato, e é designado de
spread do CDS, ou, alternativamente, prémio do CDS. Assim, no caso de
existir um evento de crédito, o payoff do comprador de protecção será
dado pela diferença entre o valor facial da obrigação e o seu valor de
mercado após ter ocorrido o evento de crédito.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Bancos estrangeiros ponderam passar a sucursal em Portugal

Segundo o Jornal de Negócios, além do Deutche Bank, também o BBVA
pondera passar a sucursal a actuar no nosso país. Trata-se de uma
consequência da exigência do Banco de Portugal e do Ministério das
Finanças em aumentar os requisitos de capital Tier One.
Se estes bancos ou outros bancos estrangeiros se registarem no mercado
português como sucursais e com o aumento do core Tier One para os
bancos nacionais, poderemos estar a distorcer a concorrência.

Razão: em teoria, um aumento do Tier One torna os bancos mais sólidos
do ponto de vista financeiro, porém torna-os menos rentáveis. Para o
mesmo nível de fundos emprestados a terceiros, os bancos terão que
recorrer a mais fundos próprios (capitais próprios). Por conseguinte,
os spreads praticados também serão maiores, por comparação com os
bancos a actuar em regime de sucursal.

Aqui temos mais um caso de desvantagem regulatória.

Maus ventos para a banca nacional...

Melhorar o Blog

Nos próximos dias farei algumas transformações na página de internet.
O objectivo é torná-la mais interessante e segmentar alguns dos temas
aqui tratados.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Limitação das taxas oferecidas nos depósitos bancários

Foi notícia ontem que o Banco de Portugal se preparava para restringir a concorrência e limitar as taxas oferecidas pelos bancos nos depósitos a prazo.
A questão que se coloca é que o BP enquanto regulador sectorial tem de se preocupar com dois\três objectivos diferentes: estabilidade macroeconómica e solidez da banca versus concorrência no sector bancário.
Normalmente descura a concorrência em prejuízo dos consumidores..

Certificados do Tesouro

Os Certificados do Tesouro continuam a oferecer retornos elevados, com
o juro bruto anual a ascender a 7,1% para quem mantiver estes títulos
durante os 10 anos. Daí que, ao contrário do que sucede com os
Certificados de aforro, ainda apresentam um saldo de subscrições
líquidas de resgate positivo.
Comparativamente a outros produtos oferecidos pelo sector financeiro,
como os seguros de capilização ou unit-links parece ser uma opção mais
sensata, porquanto muitos destes instrumentos têm por subjacente...
Obrigações do Tesouro da Répública Portuguesa e como tal, estão
sujeitas ao mesmo risco de incumprimento.

Certificados de aforro ou depósitos bancários?

Os aforradores portugueses parecem estar a priviligiar os depósitos
bancários aos certificados de aforro. Em Maio de 2011, foram retirados
566 milhões de euros, ao passo que as novas subscrições ficaram-se
pelos 33 milhões, segundo o Boletim Mensal do IGCP. Haverá alguma
racionalidade na estratégia seguida pelos aforradores. Sem dúvida que
a redução dos prémios de permanência nos certificados de aforro
desincentivaram a procura deste instrumento de poupança, que se
apresentava bastante competitivo no longo prazo. A taxa para as
subscrições a realizar este mês é de apenas 1,467%, manifestamente
insuficiente quando comparada com alguns depósitos a prazo oferecidos
pela banca de retalho.
Já os certificados do Tesouro apresentam-se bastante competitivos para
prazos superiores a 5 ou 10 anos. Porém, algumas dúvidas pairam na
cabeça dos aforradores: e se esta austeridade for insuficiente e se
avançar para uma reestruturação?

terça-feira, 21 de junho de 2011

A ascenção e popularidade dos Fundos Especiais de Investimento

Existem diversas classes de fundos de investimento mobiliário. Porém, alguns são alvo de maior regulação que outros. Os fundos de investimento em acções, por exemplo, encontram-se obrigados a a afectar parte substancial da sua carteira nesses activos. Já os fundos especiais de investimento gozam de maior liberdade e flexibilidade na afectação dos recursos disponibilidados pelos participantes. Estes últimos valiam em 2006-12-30 cerca de 3.042 milhões de Euro. Em Maio de 2011 totalizavam 5.520 milhões de Euro, ou seja, um crescimento superior a 50%.

Em sentido contrário, a populatidade dos fundos de investimento mobiliário tem caído acentuadamente. Cerca de 26.095,7 em 2006-12-30 e.... 8.054,1 milhões de Euro em Maio deste ano.

Mas fará sentido esta transferência de recursos entre estas duas classes de fundos?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

OICVM garantidos

Os OICVM garantidos são OICVM que têm associadas garantias de capital ou de um determinado perfil de rendimentos.

OICVM flexíveis, OICVM de fundos e OICVM de Índices

Consideram-se OICVM flexíveis os OICVM que não assumem qualquer compromisso quanto à composição do património nos respectivos documentos constitutivos.

Já os OICVM de fundos detêm, no mínimo, 2/3 do seu valor líquido global investido em unidades de participação de outros OIC. 
 
Por seu lado, os  OICVM de índice são OICVM cuja política de investimentos consiste na reprodução integral ou parcial de um determinado índice de valores mobiliários.

OICVM de obrigações

 Os OICVM de obrigações detêm, no mínimo, 2/3 do seu valor líquido global investido, directa ou indirectamente, em obrigações. Os OICVM de obrigações não podem investir, directa ou indirectamente, em acções ordinárias.

Obrigações de taxa variável: os OICVM que detêm mais de 50% do seu valor líquido global investido em obrigações de taxa variável;

Obrigações de taxa fixa: os OICVM que detêm mais de 50% do seu valor líquido global investido em obrigações de taxa fixa;

Note-se que a menção “taxa fixa” não constitui garantia de rendibilidade fixa do OICVM, mas que respeita ao tipo de activo predominante no património do mesmo.

domingo, 19 de junho de 2011

OICVM mistos

Os OICVM mistos são OICVM com componente accionista e obrigacionista não passíveis de serem enquadrados nas tipologias de OICVM de acções ou de obrigações, ou cuja definição da política de investimentos não se enquadre nas restantes tipologias da presente Secção.
A denominação dos OICVM mistos contém a expressão «misto» ou, consoante a predominância dos activos, «misto de obrigações» ou «misto de acções».

OICVM do mercado monetário

Os OICVM do mercado monetário detêm, em permanência, no mínimo 85% do seu valor líquido global investido em valores mobiliários, instrumentos do mercado monetário e depósitos bancários com prazo de investimento residual inferior a 12 meses;
Aos OICVM do mercado monetário não é aplicável a limitação imposta aos fundos de tesouraria quanto às aplicações em depósitos bancários;
A denominação dos OICVM do mercado monetário contém a expressão «mercado monetário».

sábado, 18 de junho de 2011

OICVM de acções

Os OICVM de acções detêm, no mínimo, 2/3 do seu valor líquido global investido, directa ou indirectamente, em acções.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

OICVM de tesouraria

 Os OICVM de tesouraria são OICVM abertos cuja política de investimentos se orienta para activos de elevada liquidez.
Os OICVM de tesouraria detêm, em permanência, entre 50% e 85% do seu valor líquido global investido em valores mobiliários, instrumentos do mercado monetário e depósitos bancários com prazo de vencimento residual inferior a 12 meses, não podendo os depósitos bancários exceder 50% do valor líquido global do OICVM.
 Os OICVM de tesouraria não podem investir em:

a) Acções;
b)Obrigações convertíveis ou obrigações que confiram o direito de subscrição de acções ou de aquisição a outro título de acções;
c) Títulos de dívida subordinada;
d) Títulos de participação;
e) Instrumentos financeiros derivados com finalidade diversa da cobertura de risco;
f)Unidades de participação de OICVM cujo regulamento de gestão não proíba o investimento nos activos referidos nas alíneas anteriores.




quinta-feira, 16 de junho de 2011

Relatório dos analistas financeiros (II)

É interessante saber como os parâmetros de avaliação dos modelos de avaliação dos analistas financeiros podem ser tão discordantes entre si. Veja-se o seguinte extracto retirado do relatório que vos falei:

«os betas da EDP Renováveis e da Mota-Engil eram considerados defensivos por alguns analistas financeiros e agressivos por parte de outros.»

Para uns é considerado mais arriscado que o mercado e para outros o contrário.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Análise Financeira e Price Targets

O jornal de Negócios apresenta uma base de dados de preços-alvo bastante interessante. Para quem gosta de acompanhar os palpites dos analistas financeiros, esta base de dados além de útil é gratuita.

O mais interessante, na minha opinião, é permitir comparar os preços-alvos dos vários analistas financeiros e a partir daí extrair o consensus de mercado.

Aqui fica o respectivo link:

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=PALMARES_V2

terça-feira, 14 de junho de 2011

Divulgação do Relatório de Supervisão da Análise Financeira

Ainda não li o relatório referente a 2010, mas o de 2009 pareceu-me interessante. O enviesamento em favor das recomendações de compra é por demais evidente, assim como o facto de os preços-alvo terem implícitos potenciais de valorização elevados, mesmo em conjunturas adversas.

Será de esperar que os investidores descontem esse efeito e atribuam maior relevância às recomendações de venda por contraponto com as recomendações de compra.

Vou ler com mais atenção. Também o podem fazer em:

http://www.cmvm.pt/cmvm/estudos/em%20arquivo/pages/relat%c3%b3rioanualdesupervis%c3%a3odaactividadedean%c3%a1lisefinanceira.aspx

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Compensação dos executivos nas empresas controladas por famílias e o seu desempenho

A compensação dos administradores executivos das empresas cotadas tem sido alvo de inúmeros estudos ao longo dos anos, tendo em vista a mensuração do alinhamento entre os interesses dos accionistas (Principal) e da gestão (Agente). Gallego e Larraín (2010) estudam os mecanismos de compensação dos administradores executivos das empresas de três países da América Latina, e separaram os resultados das empresas controladas por grandes accionistas das demais.
Os autores concluem que os CEO das empresas controladas por grandes accionistas auferiam, em média, remunerações superiores por comparação com os CEO das demais empresas. Depois de controlar para outras variáveis exógenas, esse excesso de remuneração ascende a 30% . Porém, isso não sucede com os outros membros da Comissão Executiva.
É ainda de referir que as empresas controladas pelo estado ou outras empresas estrangeiras não pagam prémios significativos aos seus gestores, por oposição às empresas em que os fundadores já não se encontram em funções e/ou os filhos dos fundadores estão ligados à empresa.

http://www.economia.puc.cl/docs/dt_379.pdf

domingo, 12 de junho de 2011

A rotação dos gestores e o desempenho das empresas

Um estudo realizado por Jorge Farinha e Lúcia Costa (2009) para as empresas cotadas na bolsa portuguesa reporta uma relação negativa entre a rotação dos gestores e o desempenho passado das empresas. Os autores concluem que esses resultados são consistentes com a existência de mecanismos de disciplina sobre a gestão.
Os blockholders institucionais tendem a exercer uma monitorização mais determinada pelo desempenho bolsista das empresas, enquanto outros grandes accionistas (accionistas dominantes ou maioritários) parecem dispor de uma maior capacidade de influenciar a actuação dos gestores de forma mais contínua, embora estejam também associados a algum potencial de divergência de interesses face aos accionistas minoritários. Finalmente, a evidência encontrada favorece a hipótese de o compromisso de distribuição de dividendos funcionar como um mecanismo de alinhamento de interesses que substitui outras formas de monitorização. Os blockholders institucionais tendem a exercer uma monitorização mais determinada pelo desempenho bolsista das empresas, enquanto outros grandes accionistas (accionistas dominantes ou maioritários) parecem dispor de uma maior capacidade de influenciar a actuação dos gestores de forma mais contínua, embora estejam também associados algum potencial de divergência de interesses face aos accionistas minoritários. Finalmente, a evidência encontrada favorece a hipótese de o compromisso de distribuição de dividendos funcionar como um mecanismo de alinhamento de interesses que substitui outras formas de monitorização.

Ref.:

http://www.cmvm.pt/CMVM/Publicacoes/Cadernos/Documents/C33Art1l.pdf

A respeito deste artigo deixo somente uma questão. Não poderá ser a instabilidade na gestão ou mesmo da estrutura accionista a verdadeira razão pela rotação dos gestores?
Em Portugal é raro ver-se a demissão de conselhos de administração ou comissões executivas antes do fim do seu mandato. Por outro lado, a instabilidade accionista ou na gestão pode conduzir em simultâneo, à rotação dos gestores e ao mau desempenho.

sábado, 11 de junho de 2011

As plataforma​s de MTF ganham peso face aos mercados regulament​ados

Com a implementação da Directiva dos Mercados Financeiros surgiram um
conjunto de plataformas de negociação que competem com os mercados
regulamentados em termos de transacções de títulos. Entre as
principais encontramos o Chi-X, o BATS Europe, a Turquoise e o Nasdaq
OMX Eur.
Estas plataformas assistiram a um crescimento significativo da sua
actividade e hoje já ameaçam a hegemonia dos principais mercados
regulamentados como a Euronext ou a London Stock Exchange.
Um estudo da AFM chamou-me a atenção de um aspecto curioso. O Chi-X
apresenta actualmente um bid-ask spread inferior à London Stock
Exchange. Isto significa que a liquidez se está a transferir dos
mercados regulamentados para os mercados não regulamentados.
Existem perigos, pois estes últimos têm requesitos de transparência
bastante aquém do que seria desejável.

http://halshs.archives-ouvertes.fr/docs/00/55/99/19/PDF/CahierAMF8_En.pdf

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A importânci​a da independen​cia das comissões de vencimento das empresas cotadas

Nas empresas cotadas, os salários e mecanismos de compensação dos
administradores executivos são fixados nos comités de
vencimento/remunerações.  Num estudo para a Nova Zelândia, Boyle e
Roberts encontram evidência de quando o CEO pertence a este comité, os
salários dos executivos apresentam, em média, salários mais genorosos
e menos sensíveis ao desempenho económico-financeiro da empresa.
Por outro lado, os investigadores mostram que no período 1997-2003 o
maior o poder de intervenção dos executivos nesta comissão resultou
num pior desempenho da empresa.
A composição da comissão de remunerações pode, deste modo, influênciar
o desempenho de longo prazo das empresas.

http://www.econ.canterbury.ac.nz/RePEc/cbt/econwp/1045.pdf

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Será preferível investir em empresas com uma boa governância das sociedades?

Num estudo realizado para o mercado accionista grego, Toudas, Kanellos and Karathanassis, George (2007) concluem que o governo das sociedades influencia o valor de mercado das empresas. Mais concretamente, o q-tobin, rácio entre o valor de mercado de uma empresa e o valor de reposição dos activos é superior entre as empresas mais "democráticas" por comparação com as empresas "semi-democrática" e empresas "dictatoriais". É de assinalar que as primeiras valem em média, quase o dobro das terceiras.

http://mpra.ub.uni-muenchen.de/6414/1/MPRA_paper_6414.pdf

Depósitos a prazo para crianças

A evitar... de acordo com o DE, 80% destes produtos remunera abaixo
das taxas de juro convencionais. Temos aqui um fenómeno parecido com o
que sucede nas contas poupança-habitação. O efeito do marketing ou o
glamour associado a estas aplicações apela a questões emocionais e as
instituições bancárias aproveitam essa oportunidade.

« Por exemplo, a Conta Poupança Jovem do Millennium bcp paga uma taxa
anual nominal bruta (TANB) de 0,125%, 0,25% e 0,375% consoante o prazo
da aplicação, 91, 181 e 366 dias, respectivamente. Tome-se como
exemplo a aplicação a seis meses: tendo em conta que a taxa é anual,
os 0,25% renderiam em seis meses 0,125%. E tendo em conta que a taxa é
bruta, uma vez aplicada a taxa de IRS de 21,5%, o juro líquido passa
para 0,098%. Ou seja, se aplicar 1.000 euros nesta conta ganha, ao
final de seis meses, 98 cêntimos.»

«Mas este está longe de ser o único exemplo do género: a conta
poupança Caixa Projecto, da CGD, oferece uma TANB de 0,6% até um
máximo de 0,85% com prémios de permanência, para aplicações abaixo de
5.000 euros. Para montantes superiores, a taxa máxima chega aos 0,95%;
a Conta Poupança Júnior do BES paga uma TANB de 0,35%; a ABConta do
BPI tem uma TANB de 0,95%, mas com prémios de permanência pode chegar
aos 1,6%. No entanto terá de manter a aplicação durante quatro anos; a
Conta Poupança Jovem do Santander paga 0,5% para montantes inferiores
a 25.000 euros, mas para montantes superiores a 100.000 euros a TANB
sobe aos 0,875%; no Crédito Agrícola a Conta Poupança Geração Jovem
tem uma TANB que varia entre os 0,4% a seis meses e para montantes
inferiores a 1.000 euros, e os 0,9% para um ano e um valor superior a
5.000 euros.»

Compara-se agora com os depósitos convencionais: os depósitos anuais
on-line da CGD atingem os 2,3% e tenho a noção que os do Santander
também apresentam valores dessa grandeza para maturidades de 1 ano.

http://economico.sapo.pt/noticias/taxas-de-juro-de-meio-palmo-para-clientes-de-palmo-e-meio_119149.html

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O prémio de risco de mercado (cont.II)

Num segundo artigo de Pablo Fernandez, este investigador compara o prémio de risco de mercado percepcionado pelos analistas financeiros nos EUA, na Europa Continental e no Reino Unido. Em, média o prémio de risco exigido na zona Euro é inferior à exigida nos EUA e no Reino Unido (5,0% na zona Euro, por compração com 5,1% e 5,2% nos EUA+Canadá e no Reino Unido, respectivamente).
O desvio-padrão apresentado pelas respostas dos analistas da zona Euro também é inferior à dos restantes.

Significará isto que o custo do capital é inferior na zona Euro?

http://www.iese.edu/research/pdfs/DI-0912-E.pdf

terça-feira, 7 de junho de 2011

O que é o prémio de risco do mercado accionista?

O prémio de risco do mercado accionista é o excesso da taxa de rendibilidade exigida/esperada pelos investidores quando investem numa carteira de acções representativa do mercado face à taxa oferecida por um activo isento de risco.
A este respeito, Pablo Fernandez realizou um inquérito a analistas financeiros, a professores universitários e a empresas para averiguar qual seria, em teoria, o prémio de risco exigido para investir no mercado accionista.
No que toca ao mercado americano, esse prémio seria de 5,7%, 5,0% e 5,6% para professores universitários, analistas financeiros e empresas, respectivamente. Já a média global é de 5,5%. Significa isto que os investidores apenas estão dispostos a investir no mercado accionosta se as suas perpectivas de rendibilidade forem acima de 5,5%+ taxa oferecida por um depósito ou um título do tesouro.

Ref: http://www.iese.edu/research/pdfs/DI-0918-E.pdf

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O processo de envelhecimento e o preço da habitação

A teoria económica sugere que o envelhecimento da população contribui
negativamente para a evolução dos activos financeiros e das casas. A
questão que se coloca presentemente entre alguns académicos é
compreender como poderá ser afectado o sector do imobiliário num
contexto em que as principais economias se encontram com populações em
processo de envelhecimento.
Előd Takáts (2010), um economista do BIS investigou aprofundadamente
esta temática, tendo concluído que, de facto, o preço das casas (em
termos reais) é influenciado negativamente pelo envelhecimento da
população. Essa influência parece ser superior na Europa Continental e
no Japão.
«À medida que os baby boomers envelhecem, estes irão reduzir o seu
stock de casas, e desse modo deprimir os seus preços. prices. As
estimativas sugerem que os factores demográficos irão reduzir o preço
das casas nos EUA em 30%, por comparação com um cenário em que não
ocorre o envelhecimento da população. Em média, esse efeito será de 80
pontos base por ano. »
Em relação a Portugal, o autor não especifica o impacto do
envelhecimento no mercado imobiliário português. Porém, mostra um
gráfico que sugere que esse impacto será superior a -75% nos próximos
40 anos (ver Gráf. 4).
Aqui fica o link para o documento:
http://www.bis.org/publ/work318.pdf

Existe algum método convencional para efectuar a avaliação de um imóvel?

No caso dos fundos de investimento imobiliário, são reconhecidos em termos legais quatro métodos:

a) Método comparativo - consiste na avaliação do imóvel por comparação, ou seja, em função de transacções e/ou propostas efectivas de aquisição relativamente a imóveis com idênticas características físicas e funcionais, cuja localização se insira numa mesma área do mercado imobiliário. A utilização deste método requer a existência duma amostra representativa e credível em termos de transacções e/ou propostas efectivas de aquisição que não se apresentem desfasadas relativamente ao momento de avaliação.

b) Método de actualização das rendas futuras - consiste na determinação do valor do imóvel através do somatório dos cash - flows efectiva ou previsivelmente libertados e do seu valor residual no final do período de investimento previsto ou da sua vida útil, actualizados a uma taxa de mercado para aplicações com perfil de risco semelhante.

c) Método dos múltiplos do rendimento - consiste na determinação do valor do imóvel mediante o quociente entre a renda anual efectiva ou previsivelmente libertada, líquida de encargos de conservação e manutenção, e uma taxa de remuneração adequada às suas características e ao nível de risco do investimento, face às condições gerais do mercado imobiliário no momento da avaliação.

d) Método de substituição - consiste na determinação do valor do imóvel através da soma entre o valor de mercado do terreno e de todos os custos necessários para a construção de um imóvel com as mesmas características físicas e funcionais. Na determinação do valor final do imóvel, devem ser consideradas, designadamente, a depreciação em função da sua antiguidade,estado de conservação e estimativa de vida útil, bem como as margens de lucro requeridas.

domingo, 5 de junho de 2011

Porque é que as comissões dos fundos de investimento são mais elevadas em Portugal?

A indústria de fundos de investimento está concentrada num conjunto bastante restrito de países. De acordo com um estudo do investigador académico Miguel Ferreira e de Sofia Ramos, as comissões que incidem sobre os fundos de investimento são maiores em países em que esta indústria tem uma dimensão reduzinda justificando este facto com a existência de economias de escala. Por seu turno, a evidência encontrada não parece confirmar uma relação entre concentração desta actividade num número restrito de payers e as comissões cobradas.

http://dge.uma.pt/portal/docs_para_download/pej_papers/28.pdf

Comparação entre os custos dos fundos de investimento nacionais

Tal como acontece com as comissões de intermediação financeira, a CMVM divulga os custos dos fundos de investimento na sua página de internet. Nessa página é apresentada a Taxa Global de Custos, a comissão de subscrição, a comissão de resgate, a comissão de transferência e a rotação média da carteira de investimento. Os resultados são apresentados fundo a fundo para facilitar a sua comparação.

http://web3.cmvm.pt/sdi2004/fundos/custos/custos_oic.cfm

sábado, 4 de junho de 2011

Investir directamente no mercado ou investir através de fundos de investimento

O investimento no mercado através de fundos de investimento ou outro tipo de organismo de investimento colectivo apresenta diversas vantagens. Entre essas vantagens destacam-se as seguintes: possibilita uma melhor diversificação do investimento, diluição de custos de gestão e de recolha de informação entre os subscritores do fundo e permite ultrapassar a indivisibilidade de determinados investimentos aos quais um investidor individual teria maior dificuldades em aceder. Acresce a tudo isto a delegação das decisões de investimento a profissionais qualificados.
Porém, tratando-se de um serviço prestado per terceiros, a gestão dos fundos de investimento acarreta um custo para os investidores na maioria das vezes não negligenciável. Esse custo em Portugal é medido pela Taxa Global de Custos (TGC) e incorpora os custos de gestão fundo, comissões de depósito/custódia de títulos, comissões de auditoria e taxas de supervisão. 

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Mercado Imobiliário Parte II: As medidas da troika

Um dos objectivos mais ambiciosos do triunvirato CE-BC-FMI é sem
dúvida o relançamento do mercado de arrendamento. Sucede que esse
relançamento não é efectuado através de uma discriminação positiva
desta forma contratual, mas através do aumento de impostos sobre a
detenção de casa própria (IMI e redução das deduções fiscais).
Ainda assim, temos algumas medidas estruturais que poderão dar alguma
dimensão ao mercado de arrendamento habitacional em Portugal. A
principal estará relacionada com a facilitação de despejos em caso de
incumprimento contratual. No caso das rendas antigas haverá uma
pressão para a sua actualização no futuro. Sem prejuízo de todas estas
medida, o principal impulsionador deste mercado será mesmo a
contracção do crédito à habitação por parte das instituições
bancárias.
A questão de um milhão de dolares que se coloca presentemente é qual
será o impacto das medidas da troika nos preços das rendas. Serão
suficientes para as reduzir a um nível competitivo com o actual custo
dos empréstimos bancários?

Outras alternativas de investimento: o imobiliário

Uma alternativa aos investimentos convencionais é o investimento no
mercado imobiliário. Aqui surgem duas perspectivas diferentes, mas não
necessáriamente antagónicas. Investir para arrendar e com isso obter
um rendimento periódico regular e investir para revender. Poderá
consultar informação acerca da evolução do preço dos imóveis no site
http://www.confidencialimobiliario.com/.
O Índice Confidencial Imobiliário foi lançado em 1988, sendo a mais
antiga série sobre imobiliário em Portugal. O seu objectivo é medir a
evolução da valorização dos imóveis residenciais, traduzindo a
"inflação" no mercado habitacional. Pela sua credibilidade e
independência, o Índice Ci é referenciado por entidades como o Banco
de Portugal (ver o último Relatório Anual do Banco de Portugal) ou o
Ministério da Economia e da Inovação (ver Síntese Económica de
Conjuntura). A nivel internacional, pode ainda, citar-se o BIS - Bank
of International Settlements, que é um organismo internacional,
sediado em Basileia e que serve de plataforma de cooperação entre os
Bancos Centrais, sendo através dessa fonte que o próprio Banco Central
Europeu acede à série do Índice Confidencial Imobiliário.
De acordo com os últimos resultados divulgados, as casas do segmento
médio têm assistido a uma aumento da volatilidade, bem como de uma
ligeira quebra no preço, ao passo que o preço das casas de segmento
mais elevado parece ter estabilizado. Conto dentro de algum tempo
analisar com maior acuidade as séries de preços dos índice
confidencial imobiliário e trazer para este espaço alguns dos
resultados mais interessantes.

A diferença dos depósitos a prazo face a outros produtos bancários de poupança

Além dos depósitos a prazo, as instituições bancárias oferecem outros
produtos de poupança, onde se enquadram obrigações subordinadas,
obrigações de caixa, depósitos estruturados, papel comercial, etc. O
aforrador deverá ter em atenção que nenhum destes produtos está
protegido pelo fundo de garantia de depósitos. Deste modo, perante
cenários de remunerações idênticas (considerando entre outros
aspectos, prazos de investimento idênticos, condições similares de
reembolso antecipado, etc) a escolha deverá recair nos tradicionais
depósitos bancários por mais glamour que as restantes aplicações
possam ter.
As instituições bancárias são consideradas seguras, até pelo
enquadramento regulatório e supervisão apertada de que são alvo. No
entanto, no passado recente assistimos a um processo de falência de
uma instituição financeira (BPP) que penalizou pequenos e grande
aforradores. Já no caso do BPN, o estado português intervencionou o
banco.
Leaven e Valencia (2008) num artigo de investigação do FMI analisaram
um conjunto de crises sistémicas do sistema bancário em todo mundo.
Esse documento pode ser consultado em:
http://www.imf.org/external/pubs/ft/wp/2008/wp08224.pdf
Aí poderá constatar que as crises bancárias numa escala global são
mais frequentes do que seria desejável.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Os depósitos bancários têm baixas remunerações mas são mais seguros

Os depósitos bancários oferecem, regra geral, remunerações baixas. Na
esmagadora maioria das vezes a sua remuneração líquida encontra-se
abaixo da taxa de inflação e o seu retorno real é negativo. Todavia,
são tidas como aplicações seguras, porquanto o risco de crédito da
instituição bancária é mitigado por uma garantia estatal até
determinado montante. Isto significa que em caso de insolvência da
instituição bancária é accionado o Fundo de Garantia de Depósitos que
tem uma cobertura actual de 100.000 Euro.
Se o seu banco estiver a actuar em Portugal através de uma sucursal, a
garantia terá que ser exigida ao regime de garantia do país da
respectiva sede, não podendo ser inferior a 100.000 euros no caso de
países da UE.
Esta e outra informação relacionada com Depósitos a Prazo poderá ser
consultada no Portal do Cliente Bancário:
http://clientebancario.bportugal.pt/pt-PT/DireitosdosClientes/GarantiadeDepositos/Paginas/default.aspx

A literacia financeira em Portugal

Sendo uma das finalidades desta página de internet a promoção da
literacia financeira, aqui ficam alguns dos resultados principais de
um inquérito do Banco de Portugal a respeito desta matéria:
41% dos inquiridos não sabe o spread aplicado no crédito à habitação;
40% dos inquiridos não compara as taxas de juros antes de contrair um
empréstimo;
Apenas 9% e 17% compreendem o significado da euribor e de spread;
78% não comparam os juros oferecidos pelos vários bancos quando fazem
aplicações em depósitos a prazo.

Destes resultados ressaltam algumas aspectos que interessa evidenciar.
Por um lado, os portugueses exibem falta de conhecimentos na esfera
financeira. Porém, não menos importante parece ser a confiança e a
fidelidade à instituição bancária de que são clientes.
A fidelidade é importante em todas as relações, mas neste caso,
combinada com a inércia resulta em abuso de posição por parte de
instituições bancárias que se aproveitam desse facto para incutir
produtos menos competitivos aos seus clientes com perda para os
mesmos.

Fonte dos dados:
http://clientebancario.bportugal.pt/pt-PT/Noticias/Paginas/InqueritoLiteraciaFinanceira.aspx

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Os custos escondidos nos investimentos em bolsa

Além das comissões de transacção referidas à dias atrás, também os spreads bid-ask constituem um custo de negociação em bolsa. Quando transaccionamos títulos em plataformas de negociação estamos sujeitos a pagar\receber preços diferentes consoante se trate de uma compra ou de uma venda. Esse diferencial é designado por spread bid-ask, sendo que esta variável se traduz numa medida de liquidez.

Em relação aos spreads bid-ask dos títulos negociados na Euronext Lisbon, um estudo publicado recentemente conclui que as acções do PSI-20 registaram em termos médios uma redução significativa deste tipo de custos, quando comparados os anos 2000 e 2010. Um comportamento inverso sucedeu nas restantes empresas (não PSI-20). Outro aspecto focado pelo estudo foi uma comparação deste tipo de custos a nível internacional, tendo-se concluído que os títulos do PSI-20 apresentavam ainda assim, custos significativamente mais elevados que os títulos de outras bolsas, como a francesa, belga, inglesa ou espanhola.

http://www.cmvm.pt/CMVM/Estudos/Em%20Arquivo/Documents/EstudoCMVM022010.pdf