quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Crédito à habitação cai para mínimo em Espanha

O número de contratos de financiamento para a compra de casa em
Espanha atingiu, em Outubro, o valor mensal mais baixo desde 2003, ano
em que começaram a ser recolhidos estes dados estatísticos. É o 18º
mês consecutivo de quebra no mercado de crédito à habitação.
Os espanhóis estão a comprar cada vez menos casas com recurso a
crédito. Em Outubro, foram fechados pouco mais de 22 mil contratos de
financiamento, o valor mais baixo da série histórica, que começou a
ser compilada em 2003. Face a igual período do ano passado,
verificou-se uma quebra de 43,6% nos novos créditos à habitação.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística espanhol mostram que há
18 meses qie a concessão de crédito hipotecário está a cair. Em termos
de quebra homóloga, a redução verificada em Outubro corresponde a um
agravamento da tendência verificada no mês anterior, em que a
diminuição face ao período homólogo tinha sido de 42%. No conjunto dos
dez primeiros meses deste ano, a queda das novas hipotecas foi de
26,5%.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Moody’s corta "rating" da PT para lixo

A Moody's decidiu cortar a notação financeira da Portugal Telecom para
um patamar considerado "lixo". Em causa está o nível de "rating" da
República e o Brasil. O "rating" da Portugal Telecom desceu de "Baa3"
para "Ba1", o que implica um corte de um nível. Ainda assim, é um
corte significativo, já que coloca a PT num patamar considerado
"lixo". Apesar do corte, a notação financeira da PT mantém-se um nível
acima do da República, que se encontra, desde Julho, em "Ba2".

A decisão de hoje surge precisamente para reflectir o actual nível de
notação financeira do País.

A agência considera que apesar da forte posição de mercado, a PT "não
tem uma força doméstica inquestionável nem uma diversidade geográfica
para se distanciar do actual e futuro ambiente de crédito implícito"
na notação da dívida soberana, revela a nota de análise hoje divulgada
a que o Negócios teve acesso.

Além deste factor, "o recente investimento da empresa no Brasil pode
não representar um mitigante no curto-prazo, como o esperado, do
aumento de risco de negócio em Portugal."

A Moody's adianta que a revisão anunciada hoje, "reflecte a
preocupação de que a deterioração do ambiente macro em Portugal vai
limitar a capacidade da empresa em melhorar as métricas de crédito no
futuro para anular o aumento do risco de negócio" no País.

"Nos próximos anos os bancos não vão ter lucros"

In DE:
«Já foi assinado o acordo entre Governo, APB e sindicatos para
oficializar a transferência dos fundos de pensões da banca para a
Segurança Social. Esta operação é essencial para o cumprimento - e até
a ultrapassagem - dos objectivos do Executivo em termos de défice das
contas públicas de 2011.

Entre os temas que ocuparam as negociações entre as partes estiveram
os activos que a Segurança Social vai aceitar, as necessidades de
cobertura dos fundos por parte dos bancos e os direitos dos
trabalhadores abrangidos para o futuro.

Na assinatura do acordo, o Presidente da Associação Portuguesa de
Bancos (APB) afirmou que este "é um acordo indispensável para o
Estado" e que a assinatura deste documento resolve "a quase total
integração do sistema bancário na Segurança Social. Era um acordo que
tinha de ser feito. Não foi o melhor momento porque vai obrigar a
registar prejuízos substanciais na banca, mas percebemos a importância
para o Estado e foi nesse espírito de colaboração que a banca aceitou
registar esses prejuízos", sublinhou.

Segundo António de Sousa "nos próximos anos os bancos não vão ter
lucros. vão ter prejuízos provavelmente durante mais um ano", alerta,
admitindo ainda que "as perdas que os bancos vão ter de registar
devido à passagem destes fundos de pensões para o Estado poderão
obrigar os bancos a recorrer à linha de recapitalização pública no
valor de 12 mil milhões de euros".»

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

‘Rating’ do Banco Europeu de Investimento sob ameaça da Fitch

A Fitch ameaçou hoje os 'ratings' de várias instituições europeias
supranacionais, entre elas do Banco de Desenvolvimento Europeu.

A Fitch colocou hoje os 'ratings' de várias instituições europeias
supranacionais, entre elas do Banco de Desenvolvimento Europeu (CEB,
sigla em inglês) e do Banco Europeu de Investimento (EIB), em
vigilância negativa.

Na base da decisão está o facto de ter realizado a mesma acção em
relação aos 'rating' da Bélgica, Espanha, Eslovénia, Itália Irlanda, e
Chipre na passada sexta-feira. A agência sublinha que todos estes
países são accionistas do CEB e do EIB.

Em comunicado, a Fitch diz esperar concluir a revisão aos 'ratings'
dos dois bancos europeus nos próximos três meses. Actualmente, tanto o
EIB como o CEB têm o 'rating' máximo de 'AAA', agora ameaçado.

Além do CEB e do EIB, também os 'ratings' do Fundo Europeu de
Investimento e do Mecanismo de Financiamento Internacional para
Imunização ficaram em vigilância negativa.

Crédito malparado em Espanha chegou aos 7,4%

O crédito malparado em Espanha atingiu, em Outubro, os 7,4%, o seu
valor mais elevado desde 1994, segundo dados do Banco de Espanha. No
total, o volume malparado ultrapassou os 130 mil milhões de euros,
completando um período de quatro meses consecutivos a subir.
O aumento é mais significativo já que a carteira de créditos dos
bancos, caixas, cooperativas e estabelecimentos financeiros de crédito
caiu, em Outubro, para os 1,778 biliões de euros.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Itália propõe imposto de 34 euros por cada conta bancária

O governo italiano procedeu a alterações ao plano de ajustamento que
foi aprovado em finais de Novembro. Agora pretende que seja aplicado
um imposto de 34 euros por cada conta bancária com um saldo médio
anual acima de 5.000 euros. Se for uma empresa, o valor do imposto
sobe para 100 euros.

O governo de Mario Monti avançou com outras propostas, como o
estabelecimento de uma taxa de 0,76% para os imóveis no estrangeiro
destinados "a qualquer tipo de uso" das pessoas físicas "residentes no
território do Estado", refere a mesma fonte.

Por outro lado, o Executivo planeia introduzir no plano de ajustamento
uma taxa de 0,1% sobre as actividades financeiras realizadas no
estrangeiro por pessoas residentes em Itália entre 2011 e 2012 e de
0,15% a partir de 2013. Com isto, o governo italiano prevê angariar um
total de 8,9 milhões de euros no biénio de 2011-2012 e 13,4 milhões em
2013.

Em relação às pensões, a equipa de Mario Monti prevê introduzir uma
"taxa de solidariedade" sobre as pensões superiores a 200.000 euros.

Estamos a chegar ao tempo do vale tudo!!!!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Entregas de casas ao bancos aumentam 18%

No mês de Outubro foram entregues aos bancos 690 imóveis, por
incapacidade dos seus proprietários de continuarem a pagar as
prestações mensais das respectivas hipotecas. Este número coloca em
cerca de 5.200 os imóveis já "devolvidos" durante este ano, o que
representa um aumento de 17,7% face ao ano passado.

Este levantamento foi feito pela Associação dos Profissionais e
Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), que considera
que "o resultado obtido é o pior deste ano e representa o corolário de
três meses consecutivos de agravamento deste fenómeno que, apesar de
continuar transversal ao território nacional, é hoje 17,7% superior ao
observado em igual período de 2010".

O arrefecimento do mercado imobiliário é uma das justificações
encontradas, uma vez que está a afectar particularmente os novos
projectos e empreendimentos, acrescenta a APEMIP. Isso faz com que
"parte significativa dos imóveis entregues em dação em pagamento
provêem destes agentes, em particular, em municípios como os de
Alcochete, Loulé, Ponta Delgada e Vila do Conde, em que esta realidade
representa, pelo menos, metade da totalidade dos imóveis em causa".

As Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto concentram 46,4% das
ocorrências relativas a imóveis entregues em dação em pagamento (39,7%
em Outubro), sendo que dos dez municípios mais relevantes em termos
nacionais (que representa no seu conjunto 29,7% das observações
registadas desde o início do ano e 24,4% das apuradas em Outubro),
apenas três (Loulé, Ponta Delgada e Braga) não pertencem a estas duas
unidades territoriais.

Já o Porto representa 18,9% das dações em pagamento registadas em
termos nacionais em 2010 (21,1% considerando apenas Outubro.

Ainda de acordo com estimativas da associação, ao longo dos dez
primeiros meses de 2011, foram transaccionados entre 160.000 a 165.000
imóveis (tanto urbanos, como rústicos e mistos). em Outubro, as vendas
situaram-se entre 15.000 e os 15.600 negócios concretizados, o que
representou um crescimento mensal de 1,7% face a Setembro. Este
aumento, porém, foi "insuficiente para evitar que este mês tenha sido
um dos três piores deste ano (apenas melhor do que Abril e Setembro,
ambos com resultados abaixo das 15.000 transacções)", refere a análise
da APEMIP.

As Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto concentram cerca de 31,8%
das transacções registadas em Portugal este ano (29,6% apenas em
Outubro), sendo que dos 10 municípios mais relevantes em termos
nacionais (que representam no seu conjunto mais de 20,1% das
transacções concretizadas desde o início do ano também 20,1% das
concretizadas em Agosto) apenas três (Braga, Coimbra e Leiria) não
pertencem a estas duas unidades territoriais.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Soros compra a preço de saldo dívida europeia que levou MF Global à falência

O multimilionário gastou dois mil milhões de dólares em obrigações
europeias detidas pela empresa norte-americana, segundoo "The Wall
Street Journal".
O célebre investidor George Soros - que ganhou mil milhões de dólares
a apostar na queda da libra em 1992 (sendo conhecido como o homem que
bateu o Banco de Inglaterra) – comprou dois mil milhões de dólares de
obrigações europeias que eram detidas pela MF Global Holdings, a
empresa que pediu protecção contra credores ao abrigo do capítulo 11
da lei de falências dos EUA.

É precisamente essa mesma dívida que levou a empresa norte-americana a
pedir – a 31 de Outubro - uma reestruturação ao abrigo da lei de
falências que foi agora comprada a preços de saldo pelo Soros
Management Fund, segundo o "WSJ".

O investidor, que nasceu na Hungria e que mais tarde se nacionalizou
americano, gastou dois mil milhões de dólares a comprar parte da
dívida que a empresa ainda detinha.

A MF Global, liderada por ex-senador Jon S. Corzine, vendeu parte das
obrigações que detinha, mas tinha ainda em mãos cerca de 4,8 mil
milhões de dólares desta dívida quando entrou em processo de falência,
refere o jornal norte-americano.

Essas obrigações passaram para a gestão da KPMG, gestora de falências
da MF Global em Londres, tendo sido disponibilizadas para venda a
grandes investidores logo após o colapso da empresa.

Muitos grandes investidores não revelaram qualquer interesse nestas
obrigações europeias, mas George Soros avançou e comprou cerca de dois
mil milhões de dólares desses títulos, por um valor abaixo do preço de
mercado dessa altura, segundo fontes citadas pelo "WSJ".

Esta compra de Soros poderá ser vista pelos mercados como reflectindo
a confiança que o investidor tem na capacidade da Zona Euro para
resolver os seus problemas da dívida, acrescenta o mesmo jornal.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

EBA permite que bancos emitam títulos híbridos para reforçar capital

Decisão da Autoridade Bancária Europeia alivia as pressões dos bancos para cumprirem os requisitos de capital em Julho de 2012. De acordo com o regulador europeu, os títulos híbridos passam a ser elegíveis para os bancos reforçarem os seus capitais, desde que estes sejam considerados de “elevada qualidade”. A EBA explica que como a intenção da criação de almofadas no capital dos bancos visa “absorver potenciais perdas contigentes”, então estes títulos convertíveis “podem ser elegíveis, com critérios muito restritos e harmonizados”. Estes títulos, conhecidos no mundo financeiro por “Coco” (contigent capital), são na prática obrigações que têm a opção de serem convertidas em acções, apenas se determinado evento se concretizar no futuro. Muitas das vezes correspondem a obrigações que pagam um juro anual e serão convertidas em acções, apenas se o capital dessa instituição descer abaixo dum nível definido. A EBA salienta que não alterou a definição de “core tier one”. Contudo, para os bancos constituírem as “almofadas” extraordinárias para fazer face à exposição a dívida pública, “os bancos podem incluir instrumentos que não são ‘core tier one’ mas parecem sólidos o suficiente para absorverem perdas potenciais”, refere o regulador. Para os bancos, é vantajosa a possibilidade de recorrer a estes instrumentos para reforçar o capital, pois deste modo diminuem as necessidades de recorrer a outros procedimentos, como venda de activos ou emissão de novas acções, que obrigaria à entrada de dinheiro (dos accionistas, outros investidores ou Estado) no seu capital. A emissão destes títulos não dilui a posição dos actuais accionistas. Para os bancos portugueses, a EBA identificou necessidades de capital de 6,95 mil milhões de euros. Segundo o Banco de Portugal, deste montante 3,718 mil milhões de euros resultam da avaliação a preços de mercado das exposições a dívida soberana”.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bancos em Portugal têm mais balcões e empregados do que antes da crise

Situação em Portugal contraria a tendência média na Zona Euro onde,
entre 2007 e 2010, desapareceram balções e quase um terço dos postos
de trabalho que eram assegurados pela banca.
Portugal não é caso único mas destaca-se pela amplitude com que foge à
regra. Segundo dados hoje divulgados pelo Banco Central Europeu (BCE),
entre 2007 e 2010 o número de balcões e de funcionários dos bancos
instalados em Portugal aumentou quase 7% e 1%, respectivamente. Já na
Zona Euro, em média, o número de balcões caiu quase 1%, com a redução
mais expressiva a observar-se no universo dos postos de trabalho
assegurados, mais de 30%.

Na abertura de balcões, são vários os países que escapam à tendência
europeia. É o caso de Itália, Grécia, Eslováquia e Irlanda. Mas em
nenhum deles se abriram tantos novos balcões entre o início da Grande
Crise e o fim (precário) desta, em 2010, como em Portugal, que passou
a contar com 405 novas agências, totalizando 6.460. No conjunto da
Zona Euro, fecharam 1.636 balcões, para um total de 182.422.

Quanto ao número de funcionários, a banca instalada em Portugal passou
a empregar mais 571 pessoas, alargando o seu universo para 61.550. Já
na Zona Euro observou-se uma redução muitíssimo significativa, de mais
de meio milhão em três anos, com os trabalhadores da banca a
encolherem de 2.294.640 para 1.755.351.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

BCP faz emissão de 1.350 milhões de euros em dívida com garantia do Estado

O BCP anunciou hoje que voltou a emitir, na segunda-feira, 1,35 mil
milhões de euros em títulos com garantia do Estado com um prazo de
três anos e taxa variável. A operação tem uma opção de reembolso
antecipado a 5 de Dezembro de 2012.

Fitch baixa 'rating' do Santander Totta em dois níveis

A Fitch reduziu a notação de dívida do Santander Totta em dois
níveis, de 'AA-' para 'A', com um 'outlook' negativo, o que significa
que poderá haver outro corte nos no médio prazo.

A agência explica, em comunicado, que o 'downgrade' ao banco liderado
por Nuno Amado é uma consequência do corte de 'rating' de Portugal. A
24 de Novembro, a Fitch decidiu cortar o 'rating' da República em mais
um nível (BB+), colocando o País na categoria de 'lixo', por causa dos
grandes desequilíbrios orçamentais, dos elevados níveis de
endividamento em todos os sectores e das perspectivas macroeconómicas
adversas.

"O 'downgrade' reflecte a visão da Fitch de que, apesar de a
probabilidade de apoio do Banco Santander ser extremamente elevada, o
enfraquecimento da perspectiva económica e a deterioração do perfil de
risco de Portugal e do seu sector financeiro significa que a Fitch já
não considera apropriado equiparar o 'rating' do Santander Totta ao da
casa-mãe", explica a Fitch em comunicado.

A Fitch espera, contudo, que o Santander Totta consiga cumprir as
exigências de capital mais elevadas, "necessárias para neutralizar uma
nova deterioração da qualidade dos seus empréstimos e a exposição
significativa à dívida portuguesa".

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Commerzbank pode ser nacionalizado

Governo alemão não exclui a possibilidade de nacionalizar o banco
Commerzbank, segundo a revista Der Spiegel.

Citando fontes do Governo alemão, o Der Spiegel escreve que Berlim
poderá reactivar um fundo de ajuda à banca no caso de o Commerzbank
não conseguir angariar capital suficiente nos próximos seis meses, tal
como exige a Autoridade Bancária Europeia (EBA)

A revista alemã acrescenta que um novo investimento estatal no
Commerzbank irá provavelmente significar a nacionalização do banco.
Recorde-se que o Estado alemão já detém 25% do capital do banco.

Segundo a agência France Presse, o banco de Frankfurt foi fortemente
afectado pela crise da dívida soberana grega.

A EBA calculou as necessidades de recapitalização do Commerzbank até
ao final de Junho de 2012 em 2.900 milhões de euros. Este valor
representa 60% das necessidades de todo o sector bancário alemão.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Recurso ao BCE dispara com bancos a perderem acesso ao mercado interbancário

"Olhe para o meu ecrã. Ele conta a história. Tenho um grande banco
europeu disposto a emprestar e 40 bancos que querem contrair
empréstimos. E veja os nomes, não são bancos regionais. São os grandes
bancos da Zona Euro e eles não se conseguem financiar no mercado. Têm
de ir ao BCE", disse um "trader" citado pela publicação londrina.