segunda-feira, 19 de março de 2012

Recovery Value da dívida grega

Realiza-se a partir das 9h30 (hora de Portugal) a primeira sessão do
leilão dos mais de 4000 contratos de credit default swaps ligados à
dívida grega que fixará uma taxa de recuperação dos títulos gregos. Um
primeiro valor será anunciado às 11h e um valor final pelas 15h30,
depois da segunda sessão de leilão à tarde.

O mercado dos credit default swaps (seguros financeiro contra o risco
de incumprimento, acrónimo cds) procede hoje a um leilão em que estão
envolvidos 4369 contratos com um valor líquido de 3,18 mil milhões de
dólares (os cds estão denominados em dólares) relacionados com a
dívida grega, segundo os dados de 9 de março do Depository Trust &
Clearing Corporation (os últimos dados disponíveis), a entidade
norte-americana de compensação que regista o valor nocional bruto e
líquido destes derivados financeiros.

O leilão fixará uma taxa de recuperação dos títulos gregos que
determinará o valor a pagar aos detentores dos cds. Os resultados
serão anunciados no site Creditfixings.com, que é gerido pela Creditex
e pela Markit.

Recorde-se que na reestruturação de dívida grega nas mãos de privados
que ocorreu este mês, os detentores dos títulos receberam 23 cêntimos
por cada euro, desdobrados em 15 cêntimos em títulos do Fundo Europeu
de Estabilização Financeira e 8 cêntimos em novos títulos a 30 anos
(que foram trocados valendo 31,5% do valor facial dos velhos títulos),
segundo cálculos do The Wall Street Journal. Neste caso, a taxa de
recuperação foi de 23%. A perda global foi de 77%.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/cds-gregos-vao-hoje-a-leilao=f712802#ixzz1pYjLhBJD

sexta-feira, 16 de março de 2012

Banco de Portugal quer reanimar o mercado interbancário

O BP pretende que os bancos nacionais emprestem dinheiro entre si.

Têm sido promovidos alguns contactos a nível técnico com os bancos
residentes no sentido de analisar vias possíveis de reactivação do
Mercado Monetário Interbancário. Numa altura em que falta liquidez ao
sistema bancário e persiste a desconfiança entre as instituições, o
organismo liderado por Carlos Costa quer contornar o problema e
fomentar a circulação de recursos dentro do mercado nacional.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Reino Unido prepara emissão de obrigações a 100 anos

Ministro das Finanças quer recuperar instrumento de financiamento
originalmente lançado para pagar os custos da I Guerra Mundial.
O Reino Unido prepara-se para lançar obrigações com prazo de
maturidade de 100 anos e poderá mesmo testar o apetite dos
investidores por títulos perpétuos, de modo a tirar proveito das taxas
de juro historicamente baixas que actualmente são exigidas para
financiar o Estado e as políticas públicas britânicas.

Com défices de dois dígitos e dívidas públicas a caminhar para os
três, o contexto actual de endividamento remete para o de períodos de
guerra nalguns países desenvolvidos. No caso do Reino Unido, a dívida
pública ascende a 64% do PIB, valor que sobe para quase 150% quando se
tem em conta as intervenções estatais no sistema financeiro,
designadamente no Royal Bank of Scotland e no Lloyds. O défice no ano
passado ter-se-á elevado a 11,7%.

Não obstante apresentar uma situação financeira muito deteriorada, no
mercado secundário de dívida pública as "yields" britânicas estão hoje
a variar entre 0,5% (prazo de um ano) e 3,3% (prazo de 30), o que
fornece uma indicação aproximada do baixo custo de financiamento que
está a ser suportado pelo Reino Unido. Segundo adianta o FT, as
"obrigações de guerra" emitidas em 1932 para pagar os custos da
primeira guerra mundial apresentam uma taxa de rendibilidade ("yield")
de 3,8%.

Sendo ultralongos ou mesmo perpétuos, os novos títulos seguiriam a
tradição de ficarem com o nome de baptismo do seu criador. O
cliente-alvo das "obrigações Osborne" seriam os fundos de pensões, mas
o jornal cita fontes do sector, advertindo para o fraco apetite que
estes títulos se arriscam a gerar devido às baixas taxas de retorno
oferecidas. "Seria óptimo para o Governo e contribuintes britânicos,
mas não acredito que queiramos ficar presos por tanto tempo a 'yields'
tão baixas, e que estão artificialmente baixas por causa do
'quantitative easing' do Banco de Inglaterra".

terça-feira, 13 de março de 2012

Argentina à beira do colapso

O Governo argentino está a braços com uma dívida externa de 130 mil
milhões de dólares (147,6 mil milhões de euros/26,6 mil milhões de
contos).

O forte clima de instabilidade gerado pelo Executivo ao afirmar há
dias que não tinha mais recursos financeiros disponíveis até ao final
do ano, tem gerado uma correria dos investidores à praça financeira de
Buenos Aires para vender os seus títulos, temendo que o Estado deixe
de pagar as dívidas aos particulares ou que a moeda local, o peso,
sofra uma forte desvalorização, noticia hoje o "Financial Times".
O risco de ruptura dos compromissos financeiros do país junto dos
mercados internacionais é real, razão pela qual a taxa de juro
aplicada aos empréstimos do Governo argentino atingiram ontem os 17
por cento, o que constitui um preço demasiado elevado para quem
precisa urgentemente de liquidez e de reescalonar a dívida externa.
Segundo o banco norte-americano JP Morgan, o único país no mundo que
apresenta sérios riscos de não saldar os seus compromissos financeiros
com países terceiros é a Nigéria, afastando a hipótese, para já, de o
mesmo vir a acontecer à Argentina.


Corte de 20 por cento nos salários


O Governo argentino deverá determinar uma diminuição de 20 por cento
nos salários dos funcionários públicos, admitiu ontem o secretário da
Economia, Federico Sturzenegger.
O objectivo é fazer baixar os encargos do Estado com despesas
salariais e dessa forma reduzir o défice do Estado em relação ao
Produto Interno Bruto do país, segundo o sítio BBC.com.
Do lado das receitas, o cenário é também dramático, com a recolha dos
impostos a cair 8,7 por cento entre Julho de 2000 e Julho deste ano,
justificados pela redução abrupta do consumo e das despesas das
famílias.
Em resposta ao Governo, a associação argentina da função pública
anunciou uma greve por tempo indeterminado e nos últimos dias os
argentinos desencadearam manifestações de rua espalhadas um pouco por
todas as principais cidades do país.

Irlanda negoceia com a troika reestruturação da dívida bancária

O ministro das Finanças irlandês confirmou que está em negociações com
a troika internacional para reestruturar as dívidas do sistema
bancário. O objectivo é que estas possam ser pagas num prazo mais
amplo, a taxas de juro mais baixas.
O ministro das Finanças da Irlanda, Michael Noonan, disse à "RTÉ News"
que estão a decorrer negociações para reestruturar a dívida do Anglo
Irish Bank e também reduzir o custo do financiamento concedido aos
restantes bancos do país.

O responsável irlandês das Finanças disse que gostaria de reduzir o
pagamento da dívida do Anglo Irish Bank de forma a ter mais tempo para
pagar a sua dívida, com taxas de juro mais baixas. O sucesso das
negociações, a verificar-se, "seria no médio prazo e não no imediato",
salientou.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Grécia gerará prejuízos de 169 milhões no mercado de CDS

Os danos causados pelos CDS gregos deverão ser inferiores a 0,5% do
PIB da Grécia. A autoridade dos participantes que negoceiam contratos
de derivados no mercado não regulamentado 'over the counter' (ISDA)
confirmou, sexta-feira, que o processo de reestruturação da dívida
grega se trata de um evento de crédito. Esta decisão dá "luz verde" ao
exercício de 4.323 contratos de 'credit default swaps' (CDS) sobre
obrigações gregas no valor líquido de 3.163 milhões de euros, segundo
estimativas da DTCC, uma instituição que opera como intermediário na
negociação destes contratos.

ISDA: Utilização das CAC dita evento de crédito na dívida grega

A ISDA anunciou que a troca de títulos de dívida grega por outros de
menor valor constitui um evento de crédito, segundo a sua Comissão de
Derivados. Decisão fará com que os emitentes de CDS tenham de
compensar as perdas de alguns investidores.
A International Swaps & Derivatives (ISDA) anunciou a decisão tomada
"por unanimidade" pela sua Comissão de Determinações de Derivados de
Crédito para a Europa, Médio Oriente e África, ao final da tarde de
hoje.

No comunicado, a associação diz que a decisão foi tomada após a
decisão do "exercício pela República helénica das claúsulas de acção
colectiva (CAC)" para reduzir o valor em dívida aos detentores de
obrigações soberanas da Grécia abrangidas pela lei do país.

A decisão anunciada hoje pela ISDA faz com que os investidores que
detêm Credit Default swaps sobre a dívida soberana da Grécia tenham a
possibilidade de pedir a compensação pelo incumprimento do valor de
dívida coberto pelos contratos que seguram o risco de incumprimento
das obrigações subjacentes.

A Grécia concluiu hoje um "swap" de dívida pública por títulos de
menor valor e com maturidade alargada, em que conseguiu uma
participação de 95,7% dos credores de 177 mil milhões de euros.

A percentagem dos investidores que participou voluntariamente foi de
85%, sendo que os restantes participaram coercivamente através da
activação das cláusulas de acção colectiva – que são artigos inscritos
nos contratos de obrigação que salvaguardam a possibilidade de
incumprimento da dívida desde que haja uma participação qualificada de
investidores.

A activação das CAC, que determinam a participação coerciva de alguns
investidores no programa de troca de títulos, vendo o valor que têm
direito a receber reduzido, ditou a decisão de considerar este um
Evento de Reestruturação de Crédito, diz o comunicado da ISDA.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Malparado no crédito ao consumo já supera os 10%

O crédito malparado continua a aumentar em todos os segmentos de
financiamento. Famílias e empresas continuam a revelar cada vez
maiores dificuldades em conseguir cumprir com os seus compromissos. No
crédito ao consumo a taxa de malparado já supera os 10%. E entre as
empresas aproxima-se dos 7%.
Os bancos têm em carteira 12,4 mil milhões de euros em créditos de
cobrança duvidosa. Créditos que foram concedidos às famílias e às
empresas. Deste total, 7,6 mil milhões são da responsabilidade das
empresas e o restante dos particulares, de acordo com os dados
preiminares de Janeiro hoje divulgados pelo Banco de Portugal.

Assim, o peso dos incobráveis das empresas face ao total dos
empréstimos concedidos é actualmente de 6,72%, o que corresponde ao
nível mais elevados desde Abril de 1998.

Entre as famílias o peso do malparado é de 3,44%, o nível mais elevado
desde que há dados (Dezembro de 1997).

E é no crédito ao consumo que o peso dos incobráveis é maior – 10,28%.
O mesmo é dizer que em 100 euros emprestados, as famílias não pagam
10,28 euros. No crédito para outros fins este rácio está nos 9,71% e
no crédito à habitação encontra-se nos 1,90%, o que também correspoden
ao nível mais elevado desde, pelo menos, Dezembro de 1997.

O aumento dos incobráveis está relacionado com o actual contexto
económico. Desemprego em níveis históricos e muitas famílias que
apesar de manterem os seus postos de trabalho têm menos rendimentos,
devido aos cortes de salários efectuados.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Painel "discreto" de banqueiros reúne-se para decidir sobre "credit default swaps" da Grécia

Representantes de 15 dos maiores bancos e "hedge funds" mundiais vão
reunir-se hoje para decidir se os "credit default swaps" sobre dívida
grega vão ou não ser activados, obrigando os bancos que venderam os
contratos a ressarcir os compradores desses "seguros".
O "The Wall Street Journal" escreve esta manhã que este "discreto"
grupo de banqueiros vai anunciar até à próxima segunda-feira se a
operação de troca com dívida grega configura ou não um "evento de
crédito".

As agências de "rating" estão a considerar que há, de facto, uma
alteração dos termos contratuais das obrigações gregas. Mas a entidade
que define se isso vai ou não representar um "default" é a
International Swaps and Derivatives Association (ISDA), um organismo
formado pelos bancos.

Estima-se que existam cerca de 2,9 mil milhões de dólares em "credit
Default swaps" sobre dívida pública da Grécia. Pelo que os bancos que
venderam esta protecção terão de ressarcir os compradores dos títulos,
que podem não ser necessariamente detentores do título subjacente, a
obrigação da Grécia.

Não podem participar estranhos na reunião, não será divulgada a acta,
e quando for divulgada a decisão, o organismo não terá de dar qualquer
explicação e não há qualquer forma de recurso legal por parte dos
investidores.