terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Cotações de bolsa gratuitas no Google Finance

O Google Finance passou a disponibilizar cotações de ações em tempo
real de mais três Bolsas: Londres, Frankfurt e Milão. A notícia
surpreende em relação à Bolsa de Londres, que sempre cobrou valores
altos pelas suas cotações. Londres não divulga o valor do seu
principal índice Footsie de forma gratuita nos terminais Reuters,
mesmo que sejam cotações com desfasamento.

A Google já disponibilizava informação em tempo real sobre as Bolsas
americanas, indianas e chinesas. Com a inclusão de três das principais
praças europeias e tendo já informação sobre o mercado cambial, o
Google Finance não só concorre diretamente com o Yahoo Finance, como
ameaça o terreno "sagrado" da Bloomberg e Reuters. Das maiores praças
mundiais, o Google Finance apenas ainda não disponibiliza cotações em
tempo real da Euronext, mas já o faz com delay. Faltam as Bolsas de
mercadorias e obrigações, situação que poderá mudar em breve.

Para os clientes Bloomberg e Reuters, cujos preços de subscrição são
elevados, é perturbante verificar que há cotações gratuitas na
internet que no seu sistema pago simplesmente não estão disponíveis ou
só o estão mediante um custo. O mesmo acontece com serviços noticiosos
e até ferramentas de análise técnica e fundamental, que começam a ser
acessíveis livremente, através de novos modelos de negócio.

Este movimento da Google obriga a alterações nos agregadores Bloomberg
e Reuters. Percebe-se alguma indefinição estratégica nessas empresas.
Para quê ter estes sistemas, que custam entre 1200 a 2000 euros por
mês, por utilizador, quando grande parte da informação já se consegue
de graça?

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Acabar com a Euribor?

A banca espanhola quer "dinamitar" a Euribor, como diz a imprensa do
país vizinho. O objectivo é deixar de utilizar esta taxa como
referência nos contratos de crédito à habitação, substituindo-a por um
outro indexante, com um prazo mais longo e um valor mais elevado. Só
assim, dizem, conseguirão aumentar a margem de lucro resultante da
concessão de financiamento.
Por cá, apesar de enfrentarem o mesmo problema, os bancos afastam essa
hipótese. A Euribor é para continuar.
A banca espanhola quer "dinamitar" a Euribor, como diz a imprensa do
país vizinho. O objectivo é deixar de utilizar esta taxa como
referência nos contratos de crédito à habitação, substituindo-a por um
outro indexante, com um prazo mais longo e um valor mais elevado. Só
assim, dizem, conseguirão aumentar a margem de lucro resultante da
concessão de financiamento. Por cá, apesar de enfrentarem o mesmo
problema, os bancos afastam essa hipótese.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Reino Unido multa Santander por informar mal os clientes sobre produtos estruturados

O regulador britânico multou o Banco Santander em 1,5 milhões de
libras (1,8 milhões de euros) por informar mal os seus clientes sobre
os investimento feitos em produtos estruturados.
O FSA (regulador de mercados) considerou que o banco não forneceu toda
a informação necessária no âmbito da cobertura que estes produtos têm
no esquema de compensação de serviços financeiros. Isto porque só
parte destes produtos é que está assegurada.

Os produtos estruturados são constituídos por vários produtos: acções,
moedas, matérias-primas, entre outros. Assim, um cliente pode registar
perdas com estes produtos, não havendo garantia de protecção.

Em causa estão questões levantadas por clientes sobre a cobertura
destes produtos no esquema de compensação em 2008.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Espanha levanta proibição de "short-selling"

O regulador do mercado espanhol terminou hoje com a proibição da venda
a descoberto de acções do sector financeiro, garantindo que a "extrema
volatilidade" diminuiu. Os bancos do país reagiram em forte queda.
"A extrema volatilidade, a instabilidade e a incerteza nos mercados
europeus, e em particular no sector financeiro, que justificaram a
proibição de vendas a descoberta de acções do sector financeiro,
diminuíram", referiu o regulador do mercado espanhol (CNMV) em
comunicado citado pela agência Bloomberg.

O regulador refere ainda que as medidas tomadas pela União Europeia
para aumentar a disciplina orçamental dos Estados-membros, bem como as
operações de financiamento do Banco Central Europeu, ajudaram a
estabilizar os mercados.

O governo espanhol já reagiu à decisão da CNMV, afirmando que o
regulador é um organismo "independente" e "tem os seus argumentos"
para levantar esta proibição.

Os bancos também já reagiram a esta decisão e seguem, nesta altura, em
forte queda na bolsa de Madrid. O Bankia é o título que mais
desvaloriza, ao perder 8,06% para os 3,068 euros.

O Sabadell recua 7,45%, o Popular cai 6,73% e o BBVA desvaloriza
5,05%. O Santader é o título que mais penaliza o IBEX 35, ao cair
3,33% para os 6,235 euros. A bolsa espanhola segue a perder 2,68% e é
um dos mercados europeus que mais desvaloriza, apenas superado pelo
grego, que perder 2,88%.

A venda a descoberto foi proibida a 12 de Agosto passado em quatro
países europeus (França, Espanha, Itália e Bélgica), com o objectivo
de estabilizar os mercados financeiros.

Na altura, diversos rumores, em particular sobre os bancos franceses
(o Société Générale chegou a cair mais de 20% numa só sessão) e o
rating da segunda maior economia europeia, provocaram fortes queda no
sector bancário e levaram os reguladores a proibir as vendas a
descoberto.

"O short selling pode ser uma estratégia válida, mas quando usado em
conjunto com a divulgação de rumores falsos, é uma prática claramente
abusiva", refere a ESMA, a autoridade reguladora do mercado de valores
mobiliários da Europa.

Já antes o short-selling tinha sido proibido na Turquia, Grécia e Coreia do Sul.

A operação de "short-selling" consiste na venda de acções por parte de
um investidor que as pede antes emprestadas. O objectivo passa por
recomprá-las mais tarde (a um preço inferior), entregar a quem as
emprestou e ficar com a diferença.

Esta operação exerce uma pressão negativa sobre os títulos e terá sido
utilizada, antes da proibição em Agosto, para que os investidores
ganhem com a queda dos títulos da banca.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Deutsche Bank vende fundo que aposta na morte de pessoas

«O Deutsche Bank vendeu um fundo de seguros de vida aos clientes que
consiste em apostar na morte de pessoas, lucrando mais se estas
morrerem mais cedo, noticia hoje o matutino Süddeutsche Zeitung. Um
advogado dos investidores está já a preparar uma queixa-crime contra o
banco, que acusa de ofensa à moral e aos bons costumes.

O fundo chama-se 'db Kompass Life 3' e foi vendido na Alemanha a
pequenos investidores, que no total aplicaram mais de 700 milhões de
euros, noticia ainda o jornal de Munique. Alguns deles queixaram-se
junto do provedor da Associação dos bancos Privados, quando
descobriram que tipo de investimento lhes tinha sido sugerido.

A associação rejeitou as reclamações, mas criticou a constituição do
fundo, afirmando que este "contraria a ordem de valores vigente,
baseada na dignidade da pessoa humana", em carta dirigida a um dos
queixosos. Na mesma carta afirma-se que deverá ser um tribunal a
esclarecer se a aposta na duração das vidas humanas de um determinado
círculo de pessoas viola ou não os valores pelos quais se deve reger
uma sociedade.

Um advogado de Hamburgo, que representa cerca de 30 queixosos, já
anunciou que vai recorrer aos tribunais, para obrigar o Deutsche Bank
a anular os investimentos dos seus constituintes no referido fundo,
que apostavam em seguros de vida de cerca de 500 norte-americanos
entre os 72 e os 85 anos. Quanto mais cedo estas pessoas morrerem,
mais depressa o fundo deixa de pagar os respectivos seguros, obtendo
assim mais dividendos.»

A notícia não esclarece que tipo de tábua de mortalidade foi usada.
Mas se foi uma geral para a população norte-americana, e estes fundos
apostaram em apólice de pessoas mais ricas, com acesso a melhores
serviços de saúde é natural que as pessoas se sintam defraudadas.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O encolher do negócio bancário

O negócio bancário vai encolher nos próximos anos. Alguns bancos como
a CGD perspectivam alargar o âmbito de serviços a prestar - até falam
na intermediação imobiliária - outros fecham balcões e despedem
empregados.


«Barclays propõe rescisões amigáveis e estuda encerramento de balcões

A maioria dos 2.500 trabalhadores do Barclays – todos os que estão
efectivos – recebeu ontem uma proposta de rescisão amigável. O banco
admite encerrar balcões em Portugal e não exclui outras formas de
cortar custos, caso o plano de rescisões por mútuo acordo não seja bem
sucedido.
A notícia é hoje avançada pelo jornal "i" e pelo "Dinheiro
Vivo/DN/JN", que explicam que a medida se insere numa estratégia
global de cortes de custos do banco. Em Portugal, o objectivo é
"reduzir a estrutura face às condições de mercado".
A imprensa explica que o banco estará oferecer um mês e meio de
salário por cada ano de antiguidade a quem quiser aderir, além da
manutenção do crédito à habitação bonificado e do seguro de saúde.
Mas e se os objectivos de corte de custos - que não foram divulgados -
não forem cumpridos? Admite-se o recurso ao despedimento colectivo?
"Se houver necessidade de outras medidas, futuramente serão
anunciadas", conclui fonte oficial do banco.»

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Cálculo da performance de leverages ETF's

O mark-to-the market dos ETFs alavancados é realizado diáriamente. Como tal, a sua performance não evolui linearmente com o activo de referência. Wang sugere uma fórmula para calcular o preço destes instrumentos. Quanto maior for a volatilidade do activo de referência menor será a rendibilidade do ETFs, ceteris paribus. 

Regulador suíço investiga 12 bancos por possível manipulação das taxas Libor

O regulador suíço pediu informação a 12 bancos, incluindo o Deutsche
Bank e o UBS, com vista a investigar uma possível manipulação das
taxas interbancárias do Reino Unido (Libor) e do Japão (taxas Tibor).
O regulador suíço, Comco, está a investigar um possível "conluio"
entre "traders" de 12 bancos, suspeitando de terem actuado em conjunto
para alterar as taxas interbancárias do Reino Unido e Japão. Só as
taxas Libor servem de referência a produtos financeiros no valor de
350 biliões de dólares, revela a Bloomberg com base em comunicado do
regulador.

"Um conluio entre 'traders' de derivados pode ter influenciado" as
taxas Libor e as suas equivalentes japoneses, Tibor, disse o regulador
do mercado de capitais suíço, Comco, em comunicado citado pela
Bloomberg. "As condições de mercado que determinam os produtos
derivados que se baseiam nestas taxas de referência também podem ter
sido manipuladas", disse.

Os bancos sob investigação são o UBS, Crédit Suisse, Deutsche Bank,
Société Générale, Citigroup, JP Morgan, Mizuhmo, Royal Bank of
Scotland e Sumitomo, Bank of Tokyo, HSBC e Rabobank. "Outros
intermediários financeiros" também estão sujeitos a investigação "

As investigações foram iniciadas quando o regulador recebeu um "pedido
de clemência" que sinaliza que vários "traders" podem estar envolvidos
na manipulação, explica a agência noticiosa que cita o regulador
Comco.

À semelhança das taxas Euribor, as taxas Libor são fixadas diariamente
pelos bancos que comunicam ao mercado quanto lhes custou
financiarem-se no mercado interbancário em vários prazos.

Contactado pela agência noticiosa, o Crédit Suisse disse estar "estar
a levar as investigações muito a sério e a cooperar totalmente com as
autoridades", enquanto o Crédit Suisse disse "não estar em posição" de
comentar a notíca. Os responsáveis das relações com a imprensa do
Deutsche Bank, Mizuho, Bank of Tokyo, JPMorgan e HSBC também
rejeitaram comentar, enquanto do Rabobank disse ainda não ter recebido
a comunicação do regulador suíço.

Já o Société Générale disse "integrar um conjunto de painéis que
determinam as taxas interbancárias", disse o banco sedeado em Paris,
que "está preparado para responder a qualquer pergunta das autoridades
relevantes sobre qualquer informação que desejem obter."