quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Banco grego Piraeus Bank regista prejuízos de 1,15 mil milhões de euros

A perda líquida do Piraeus Bank nos primeiros nove meses do ano
atingiu 1,15 mil milhões de euros, face a um lucro de 39 milhões de
euros que o banco registou no mesmo período do ano anterior, de acordo
com declarações da instituição sedeada em Atenas. O valor não inclui
uma perda de 21 milhões de euros na sua unidade egípcia, a qual o
banco está a tentar vender, de acordo com a Bloomberg.

O Piraeus Bank aceitou menos-valias no valor de 1,08 mil milhões de
euros nos primeiros nove
meses do ano de um total de 7,5 mil milhões de euros de obrigações
gregas, após o acordo de troca de dívida realizado em Julho, o qual
constituiu parte do resgate europeu à Grécia.

O banco alertou que era provável que registasse perdas adicionais na
dívida nos seus resultados anuais, dado que o novo acordo pretende
impor maiores desvalorizações aos investidores. Já os depósitos do
banco diminuíram 3% durante o terceiro trimestre para 24,5 mil milhões
de euros, de acordo com o Piraeus.

Seis maiores imobiliárias vendem apenas 1.300 casas em 2011

As seis maiores imobiliárias espanholas venderam apenas 1.329 casas
nos primeiros nove meses 2011, avança o jornal "Expansión".

A Martinsa Fadesa, a Metrovacesa, a Reyal Urbis, a Realia e a Quabit
estão a ser fortemente atingidas pela crise, depois do final da bolha
imobiliária espanhola que nas últimas décadas esteve por trás de uma
parte importante do crescimento da economia do país vizinho.

Segundo o jornal, por exemplo, a Metrovacesa que sozinha vendia cerca
de 1.600 casas antes da crise, fechou este ano 135 contratos. A Reyal
Urbis chegou a ter um carteira de encomendas de 5.858 unidades.

A Quabit fechou 335 contratos, ainda que, segundo o Expansión, muitos
deles a sociedades vinculadas a entidades financeiras, face às 2.093
vivendas que entregou durante o mesmo período de 2007, antes da crise.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A inflação e a Europa

Chamo hoje a atenção para o artigo de Vitor Bento no DE. Uma opinião
que eu partilho. A inflação é em si um mal, mas convém perceber que o
que está em jogo é o fim da zona Euro e com grande probabilidade da
União Europeia.


«Sou dos que consideram que a inflação é um mal económico e que,
deixada instalar, rapidamente se torna viciante e viciosa.

Por isso mesmo, desde há muito percebi a importância de um banco
central independente, que pudesse concentrar-se na sustentabilidade a
médio e longo prazo. Independente, entenda-se, do processo eleitoral e
do jogo partidário que este implica, mas politicamente
responsabilizável.

Por isso, sempre tive também grande compreensão pelos receios alemães,
fundados numa dramática experiência de hiperinflação, nos anos 20, que
teve consequências devastadoras na sociedade.

Porém, os grandes problemas na gestão política raramente têm a ver com
a escolha entre o bem e o mal. Surgem sobretudo quando se está perante
a escolha entre dois males. Quando assim é, são necessárias pelo menos
duas cautelas. Primeiro, uma cuidada aferição da malignidade de cada
opção, por forma a identificar, com razoável clareza, qual o mal menor
e o mal maior.

Segundo, a clarividência necessária para não sucumbir ao
fundamentalismo moralista de considerar que mal é mal e, como tal,
ambos devem ser recusados, pois a escolha de qualquer deles implicaria
sempre a cedência ao mal e, como tal, seria sempre "pecaminosa". Esse
fundamentalismo não só é perigoso, do ponto de vista prático - pelas
consequências potencialmente desastrosas a que pode conduzir -, como é
moralmente errado, porque assenta num vício de raciocínio. O vício
desse fundamentalismo consiste em supor que, recusando-se escolher um
dos males, se isenta da responsabilidade moral pelas consequências
supervenientes. Ora, este é um entendimento profundamente errado do
dever moral. Sempre que se está perante uma escolha, está-se perante
uma decisão ética (por natureza e definição), não existindo, por isso,
nenhum caminho moralmente des-responsabilizante. Mesmo a suposta "não
escolha" é sempre uma escolha e influencia o curso dos acontecimentos.
Constitui, por isso, responsabilidade moral para quem a pratica. Mais
concretamente e no caso em que se esteja perante dois males, a recusa
de escolher activamente o mal menor, implica irrecusavelmente a
escolha - "passiva", mas escolha! - do mal maior. A responsabilidade
pelo resultado é, pois e sempre, moralmente iniludível, por mais que
se pretenda purificar a atitude de recusar escolher. Pense-se no que
teria acontecido à Europa e ao Mundo, se as democracias ocidentais
tivessem recusado o mal menor - aliança com Estaline - na segunda
guerra mundial...

O dilema que as autoridades europeias - governos e BCE - têm hoje pela
frente é um dilema moral desta natureza. Se persistirem na recusa do
risco de inflação - actualmente desprezível, mais distante no tempo,
de consequências mais controláveis, e, por tudo isso, o mal menor -
estarão a escolher o caminho de uma generalizada crise bancária, de
uma provável depressão económica e da desintegração europeia - com
consequências mais iminentes, próximas, profundas e irreversíveis, ou
seja, portanto, o mal maior. Não haverá meio termo. Este é um dos
raros momentos históricos em que os protagonistas não conseguirão
passar sem registo. Seja qual for a escolha que façam - activa ou
passiva - a História não os isentará da responsabilidade moral e
inscreverá os seus nomes na memória futura.

Mas não nos iludamos: seja qual for a opção europeia, a Portugal não
resta alternativa que não passe pela austeridade orçamental, reformas
estruturais e desvalorização real. Até o tempo para o ajustamento
depende do que "a Europa" nos conceder...

PS: Aos "surpreendidos"/distraídos, antes que comentem: Cf. "Salvar o
Euro", JN, 11/03/10
____

Vitor Bento, Economista»

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Fundo de Resolução da banca

O Governo aprovou a Lei nº58/2011 onde estabelece "mecanismos de
intervenção preventiva e correctiva, para criar uma fase de
administração provisória e para definir os termos e competência para a
resolução e liquidação pré-judicial de instituições sujeitas à
supervisão do Banco de Portugal", revela o documento publicado hoje em
Diário da República.

A Lei, que tem como objectivo facilitar a gestão de casos como o BPN
ou BPP, tem duas vertentes. A primeira visa a recuperação de uma
instituição financeira. A segunda a sua liquidação.

Assim, o Banco de Portugal terá poderes para decidir sobre vendas de
activos, transferências dos mesmos, suspensão da administração e de
fiscalização do banco e a sua substituição. E caso seja elaborado um
plano de reestruturação que os accionistas não aprovem ou que as
medidas neste contidas não sejam implementadas, o Banco de Portugal
terá poderes para intervir, nomeando uma administração provisória, ou
revogando a autorização da instituição.

"O Banco de Portugal pode determinar a transferência, parcial ou
total, de activos, passivos, elementos extrapatrimoniais e activos sob
gestão das instituições para um ou mais bancos de transição para o
efeito constituídos, com o objectivo de permitir a sua posterior
alienação a outras instituições autorizadas a desenvolver a actividade
em causa", revela o documento hoje publicado.

O banco de transição criado para este fim terá um capital social
detido pelo Fundo de Resolução. Este fundo será constituído através da
participação "obrigatória" das "instituições de crédito com sede em
Portugal, bem como as empresas de investimento que estejam incluídas
no mesmo perímetro de supervisão", revela o mesmo documento. Ficam de
fora desta contribuição as caixas de crédito agrícola mútuo associadas
da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Bancos deverão ter de reconhecer nas contas de 2011 imparidades no valor de 50% do valor nominal das obrigações gregas

A Autoridade Europeia dos Mercados Valores Mobiliários (ESMA) aprovou
hoje um entendimento sobre como devem as empresas cotadas reflectir,
no final de 2011, nas suas contas a variação do valor da dívida
soberana e respectivas divulgações.

De acordo com informação da ESMA, os activos contabilizados pelos
investidores como "detidos até à maturidade", "a determinação do
montante a reconhecer como imparidade deve resultar da diferença entre
o valor contabilístico e o valor actual do que se estima vir ainda a
ser recebido (à taxa de juro original efectiva)".

Para esse efeito, os investidores podem utilizar como referência "a
percentagem do valor da dívida que é perdoada 'haircut' e que esteja
prevista nos planos de reestruturação da dívida grega, tendo em conta
o possível diferencial de estimativas."

Denote-se que a maior parte da exposição dos bancos em obrigações
gregas está alocada na carteira "detidos até à maturidade" (do inglês:
'held to maturity'), em detrimento da carteira "disponíveis para
venda" (do inglês: 'available for sale').

Neste sentido, e apesar de o plano de reestruturação da dívida grega
ser ainda desconhecido e as negociações ainda estarem a decorrer, a
ESMA refere que "com base na declaração da última Cimeira Europeia, o
plano deverá requerer que os detentores de obrigações gregas aceitem
uma redução de 50% do valor nominal dos títulos".

Deste modo, e de acordo com cálculos do UBS, publicados num 'research'
com data de ontem, o BCP incorre em imparidades de 350 milhões de
euros resultantes da sua exposição a títulos de dívida grega, que
terão um impacto de 0,43% sobre o rácio de capital 'core Tier 1' do
banco.

Nas contas do BPI, o impacto desta medida poderá traduzir-se em
imparidades de 240 milhões de euros, em resultado de uma exposição
nominal a dívida grega no valor de 480 milhões de euros.

Ou seja, só o BCP e o BPI incorrem, no total, em imparidades de 590
milhões de euros devido à reestruturação da dívida grega.

O BES sai ileso desta operação, pois não tem no seu portefólio
qualquer exposição a obrigações do Tesouro helénico.

A ESMA salienta ainda a "importância da divulgação de todas as
informações relacionadas com a exposição a dívidas soberanas, de
acordo com a IFRS 7, incluindo não só a exposição directa mas também a
prestação de quaisquer garantias relacionadas com esses instrumentos
financeiros, 'credit default swaps' (CDS), contratos de futuro, opções
ou outros derivados", refere a CMVM em comunicado.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Entrada na banca a valor contabilístico seria considerada ajuda de Estado

"A possibilidade da entrada no capital a valor contabilístico é uma hipótese que nunca foi equacionada a nível europeu e de acordo com a tradição da Direcção-Geral de Concorrência nesta matéria, uma tal operação seria considerada imediatamente como ajuda de Estado, incompatível com o direito da concorrência", disse o Vítor Gaspar perante as questões do deputado do PCP Miguel Tiago numa audição no Parlamento. Além de um péssimo negócio para o Estado... acrescento eu.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Banco de Espanha viu-se ontem forçado a nacionalizar o Banco de Valência

O Banco de Espanha viu-se ontem forçado a nacionalizar o Banco de
Valência com uma intervenção de mil milhões de euros que expõe uma das
maiores fragilidades da economia espanhola: o desconhecimento da
verdadeira situação da banca perante a necessidade urgente de a
recapitalizar. O Banco de Valência representa apenas 0,74% do sistema
financeiro espanhol mas é a quarta entidade financeira espanhola a ser
ocupada pelo sector público, depois da Caja Castilla La Mancha (2009),
Cajasur (2010) e CAM (2011). Outras três Cajas - a Unnim, a
NovaCaixaGalicia e a CatalunyaCaixa - foram também nacionalizadas mas
mantiveram os seus gestores. As intervenções foram conduzidas pelo
Banco de Espanha, liderado por Miguel Ordoñez, através de um
instrumento especial para ajudar a banca a digerir a crise: o Fundo de
Reestruturação Bancária (FROB).

Em Espanha, a crise tem aqui um contorno bem diferente da situação
portuguesa. A explosão da bolha no sector da habitação, obrigando a
uma desvalorização brutal dos activos imobiliários, veio provocar um
desfalque enorme nos balanços dos bancos, que procuram sobreviver
escondendo a sua exposição.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Como funciona o processo de falência das famílias

O processo de insolvência é um processo de execução universal, que tem
como finalidade a liquidação do património de um devedor insolvente e
a repartição do produto obtido pelos credores, ou a satisfação destes
pela forma prevista num plano de insolvência.

Normalmente um cidadão comum "recorre à insolvência quando o crédito
já lhe foi cortado e não tem forma de pagar as dívidas existentes; ou
quando é alvo de uma penhora de vencimento não lhe permitindo ter
rendimento disponível para cumprir com as suas obrigações; ou quando
se depara com uma situação de desemprego e não tem forma de
sustentabilidade; ou quando contrai novos empréstimos para pagar
empréstimos já existentes recorrendo, nomeadamente, às financeiras de
crédito aprovado no imediato, criando uma espiral sem fim".

Como avança uma família para um processo de insolvência?

1) O processo de insolvência inicia-se com uma petição escrita
dirigida ao tribunal, sendo obrigatória a constituição de advogado. Na
petição são expostos os factos que contribuíram para a situação de
insolvência. "Os cônjuges podem apresentar-se conjuntamente à
insolvência, no caso de ambos se encontrarem em situação de
insolvência e se o regime de bens não for o da separação"

2) Com a declaração da insolvência "é decretada a imediata apreensão
dos bens. O devedor fica privado dos poderes de administração e de
disposição dos seus bens, que passam para o administrador de
insolvência".

Da insolvência culposa "resulta para o devedor a inabilitação durante
um período de dois a dez anos, a inibição para o exercício do comércio
e para ocupação de certos cargos públicos". No processo de
insolvência, as dívidas do insolvente poderão ser pagas através da
liquidação do seu património ou através de um plano de pagamentos, de
forma similar aos processos de insolvência das empresas.
No regime de insolvência das pessoas singulares há uma figura
designada por "exoneração do passivo restante", que permite a essas
pessoas que não conseguem solver as suas dívidas, não ficarem onerados
com as mesmas "ad eternum". "O pedido de exoneração do passivo
representa um "fresh start" para o devedor que seja pessoa singular,
permitindo-lhe a exoneração dos créditos sobre a insolvência que não
forem integralmente pagos no processo de insolvência ou nos cinco anos
posteriores ao encerramento deste, quando observadas certas
condições", acrescentou.

Durante os cinco anos subsequentes ao encerramento do processo de
insolvência, designado por período de cessão, o rendimento disponível,
ou seja, parte do rendimento que o devedor venha a auferir será cedido
a uma entidade, designada por fiduciário, escolhida pelo tribunal.
Será o fiduciário quem afectará os montantes recebidos, no final de
cada ano em que dure a cessão, ao pagamento das despesas do processo
ainda existentes, da sua própria remuneração e distribuição do
remanescente pelos credores da insolvência.

No rendimento que será objecto de cessão será acautelado o sustento
minimamente digno do devedor e do seu agregado familiar.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Metade dos investidores acredita que BCE vai imprimir dinheiro

Com a chegada em força da crise de dívida soberana a Itália e a Espanha, os responsáveis pelas estratégias de investimento dos maiores bancos mundiais começam a considerar cada vez mais provável que o BCE tenha de imprimir dinheiro para estancar a tempestade financeira. 49% dos 50 responsáveis inquiridos pela Reuters acredita que o BCE será forçado a optar pelo ‘quantitative easing' para responder à crise nos mercados de dívida. A maioria dos estrategas que acreditam nesta possibilidade considera provável que tal venha a acontecer em Março de 2012. No entanto, os últimos sinais vindos de Frankfurt não vêm nessa direcção. O BCE não tem elevado as compras de dívida no mercado secundário e o presidente Mario Draghi disse no início do mês que este programa é "temporário" e "limitado". Recorde-se que o BCE está, segundo o seu mandato, impedido de financiar os países do euro. Apesar disso são cada vez mais os economistas a defender que apenas o banco central poderá impedir uma catástrofe financeira na Europa. Uma das soluções que tem sido noticiada nos últimos dias é a possibilidade do BCE conceder empréstimos ao FMI que, por sua vez, abriria linhas de crédito aos países com dificuldade em se financiarem no mercado. Os economistas do RBC Capital Markets referiram num relatório a que o Económico teve acesso que esta solução "não seria um obstáculo à luz do artigo 23 dos estatutos do BCE, já que [o banco] pode ‘conduzir todos os tipos de transacções bancárias em relação a países terceiros e a organizações internacionais, incluindo operações de conceder e solicitar empréstimos". Apesar disto realçam que a ideia ainda é "teórica" e que provavelmente teria a oposição da Alemanha. A boa notícia é que 40 dos 50 inquiridos pela Reuters não acredita que existam mais resgates na zona euro semelhantes aos que aconteceram com a Grécia, Portugal e Irlanda

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

As estratégias das mediadoras para vender casas

Interessante artigo do DE. A oferta ajusta-se à procura «Num período de recessão económica e de fecho de dezenas de mediadoras por mês, as empresas imobiliárias estão a ser mais selectivas tanto nos imóveis como nos clientes que representam. A angariação do comprador adequado para o imóvel a comercializar, o trabalho em rede, o apoio da Internet na partilha da informação interna e o cruzamento da oferta disponível com agentes de outras mediadoras constituem hoje condições essenciais ao sucesso das operações imobiliárias. O primeiro passo das mediadoras é angariar o imóvel adequado ao justo preço de mercado. "O grande desafio passa por definir muito bem a carteira de imóveis que hoje se ajusta à procura e às necessidades das famílias e investidores, com preços reais de mercado", nota o administrador da Century 21 para Portugal, Ricardo Sousa. Após essa fase de angariação do imóvel, é definida a estratégia de promoção. "Utilizam-se jornais, anúncios, revistas próprias, distribuição de ‘flyers' e a partilha nas redes sociais", testemunha a angariadora imobiliária da Remax, Saida Morais, ao Diário Económico. A Internet constitui actualmente uma eficaz ferramenta de trabalho para as mediadoras e com reduzidos custos. "O anúncio através de uma boa foto-reportagem e a descrição na Internet são um excelente cartão de visita. Sempre que se justifica, recorro a serviços de fotógrafos profissionais", explica ainda Saida Morais, nomeada em 2010 a segunda melhor agente da Remax. A criação de serviços inovadores constitui outra das apostas das redes internacionais. "O novo serviço ‘Já ERA Online' permite a compra e venda de imóveis pela Internet de forma rápida (em 30 dias), segura e eficaz, sem qualquer custo acrescido para o cliente", conta o director-geral da ERA, Miguel Poisson. Este serviço criativo já trouxe a Portugal a visita de outras filiais internacionais com o intuito da "implementação do modelo ‘online' nos seus mercados", sublinha ainda o gestor. Um segundo serviço está associado ao portefólio de casas penhoradas pela banca, num total de cinco mil imóveis. "O financiamento é até 100%, com ‘spread' competitivo (metade dos praticados no restante crédito), isenção de custos de avaliação e isenção das despesas de ‘dossier'", confere Miguel Poisson. Nessa linha de serviços, a Century 21 criou pacotes de imóveis a que lhes chamou ‘Bolsa de Arrendamentos', ‘Imóveis Anti-Crise da Banca' com financiamento a 100%, ‘Imóvel para o Negócio da sua Vida' - carteira de imóveis comerciais ideais para montar negócios de comércio de rua - e ‘Bolsa de Imóveis Agarre este Investimento', direccionado para investidores", descreve Ricardo Sousa. Na concorrência, os números não são muito diferentes. "Neste momento temos para comercialização mais de 4.500 imóveis, entre moradias, apartamentos, terrenos e lojas. Todos têm financiamento a 100%", garante a presidente executiva da Remax, Beatriz Rubio. São estes imóveis da banca que são mais vendidos pelas mediadoras, mas a banca ainda empresta a clientes. "Mesmo assim, continua a haver crédito, mas com maiores restrições", diz a gestora da rede de 220 lojas e três mil agentes em Portugal. Poder de compra do cliente Outra das regras das mediadoras é não perder tempo com quem não tem capacidade financeira. Para angariar o comprador ideal, Beatriz Rubio aplica regras muito claras e eficazes. "A ferramenta mais correcta é a qualificação do comprador. O agente consegue logo saber quais são as suas necessidades e o montante desejado de financiamento. Com estas informações, os agentes Remax conseguem cruzar o imóvel certo com o comprador certo", descreve a líder da rede de mediação internacional. Divórcios dominam operações No rol de circunstâncias que ditam a intervenção dos mediadores, as separações estão no topo dessa lista. "Os divórcios produzem três negócios: a venda do imóvel em comum do casal e a compra ou arrendamento para cada membro do casal. Seguem-se os clientes com necessidades de venda imediata, por dificuldades financeiras, ou incapacidade para suportar os encargos, clientes com o desejo de mudança de casa, face ao aumento ou diminuição do agregado familiar. Nestes últimos casos, os clientes já têm capacidade para partir para uma compra sem depender da venda do imóvel actual", frisa Saida Morais. Outra das opções crescentes é o arrendamento e as permutas de imóveis, face às vantagens fiscais e à dificuldade na venda do imóvel antigo. "Estamos a assistir a um aumento gradual de procura de arrendamentos e de arrendamentos com opção de compra", sustenta Beatriz Rubio, que recorda um pedido de uma celebridade dirigido a Portugal: "O ‘rapper' norte-americano Kanye West entrou numa agência Remax e pediu para comprar um palácio em Sintra! Infelizmente, não constava na nossa base de dados na altura..."»

Banca ou estados? Inquérito da Fitch relativo à situação dos mercados

Os investidores estão cada vez mais preocupados com o impacto da crise de dívida soberana no sistema financeiro. Segundo uma sondagem realizada pela Fitch, "os investidores estão mais preocupados acerca da capacidade de financiamento dos bancos. Quase metade dos inquiridos (49%) votaram na banca como o sector que enfrenta os maiores desafios de refinanciamento - ultrapassando os soberanos de mercados desenvolvidos pela primeira vez". Além disso, a perspectiva dos investidores sobre a resolução da crise não é famosa e que, mais cedo ou mais tarde a zona euro terá de evoluir para uma união orçamental. A Fitch refere que apenas 4% dos inquiridos espera um desmembramento da união monetária. No entanto, 29% temem vários incumprimentos por parte de estados membros. Os gestores também não estão confiantes no andamento da economia mundial. 70% dos inquiridos acredita que o risco de uma recaída em recessão é "elevado", uma forte subida em relação aos números dos últimos trimestres, refere a Fitch. A agência realiza esta sondagem trimestralmente. O estudo teve como base a opinião de 82 especialistas (executivos, gestores de fundos de obrigações, chefes de análise de obrigações e analistas de crédito) que, no seu conjunto, gerem activos de taxa fixa no valor de 5,8 biliões de dólares.

Vendas de casas de luxo com queda entre 10 e 15%

O mercado imobiliário de luxo registou em 2010 um decréscimo, entre 10
e 15%, no número de transacções concluídas bem como nos valores médios
das vendas.

De acordo com o estudo elaborado pela consultora Prime Yield e pela
imobiliária Fine & Country, "o mercado sente, agora, um dinamismo
bastante reduzido, tendo observado, em 2010, decréscimos quer no
número de transacções concluídas quer nos valores médios das vendas,
com quedas entre os 10 e os 15%".

"O mercado de 'resorts' turísticos de luxo apresentou, em 2010 e no
primeiro semestre de 2011, à semelhança do mercado imobiliário, uma
tendência generalizada de contracção, influenciado pelas condições
económicas e financeiras adversas e pelas crescentes restrições de
acesso ao crédito, quer a nível nacional quer internacional", explica
o estudo hoje divulgado.

Segundo o "The Luxury Tourist Resort Property Market", "diversos
projectos em carteira acabaram por ser reavaliados e as decisões de
avançar com a promoção congeladas, com os promotores a apresentarem
uma postura mais cautelosa e a reformularem os seus investimentos de
forma a adequarem os produtos à nova realidade económica e a um
consumidor mais cauteloso e constrangido em termos de recursos
financeiros".

Apesar do arrefecimento do mercado português de imobiliário de luxo, o
estudo ressalva que "os preços do imobiliário mantiveram-se
consolidados no Triângulo Dourado, formado por Vale do Lobo, Quinta do
Lago e Almancil", a zona de 'resorts' mais cara de Portugal, superando
a barreira dos três milhões de euros em 2010.

O director da Fine & Country, especializada na comercialização de
imobiliário residencial de luxo, Alberto Pinheiro, considera que "2010
e os primeiros meses de 2011 confirmaram a tendência que começou a
revelar-se em 2009, marcada pelo abrandamento do volume de oferta em
construção bem como de uma abordagem mais cautelosa aos projectos
ainda em fase de planeamento".

Por seu lado, o director da Prime Yield em Portugal, especialista em
avaliação imobiliária, José Velez, realçou que "Portugal tem um
mercado de imobiliário de 'resorts' especialmente resistente, dado ser
menos exposto às variações dos ciclos imobiliários, tendo em conta as
suas características e vantagens naturais, mas também devido à
qualidade de construção e design".

In DE

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Parlamento Europeu aprova regras para travar especulação sobre a dívida soberana

O Parlamento Europeu aprovou hoje um regulamento que proíbe a venda a
descoberto de seguros contra o risco de incumprimento (CDS) de
soberanos. Interdição deve entrar em vigor em Novembro de 2012.
O regulamento hoje aprovado visa tornar mais difícil a especulação
sobre a dívida soberana de um país. A nova legislação tem por
objectivos ainda aumentar a transparência e permitir aos reguladores
detectar mais facilmente riscos no mercado de dívida.

O regulamento, que deverá ser aplicável a partir de Novembro de 2012,
vai apertar as regras sobre as vendas a descoberto e sobre os swaps de
risco de incumprimento (credit default swaps, ou CDS), tidos como
responsáveis pela volatilidade e reacção exagerada dos mercados,
especialmente em períodos de instabilidade financeira, e pelo
agravamento dos problemas na Grécia.

"Estas regras provam que a UE pode agir contra a especulação quando
existe vontade política. Este regulamento fará com que seja impossível
comprar CDS com o único intuito de especular sobre o default de um
país", disse o relator do Parlamento Europeu, o francês Pascal Canfin,
do grupo "Os Verdes".

Visto que a participação em transacções de CDS soberanos sem uma
exposição subjacente ao risco de desvalorização do instrumento de
dívida soberana pode ter um impacto negativo na estabilidade dos
mercados de dívida soberana, será proibido tomar tais posições não
garantidas em CDS.

Ainda de acordo com o comunicado enviado pelo Parlamento Europeu, o
novo regulamento permite ainda que, aos primeiros sinais de que o
mercado de dívida soberana não esteja a funcionar convenientemente, a
autoridade reguladora nacional possa suspender temporariamente (12
meses, no máximo) essa restrição com base em "elementos objectivos",
como uma taxa de juro da dívida soberana elevada ou crescente, o
alargamento do spread da taxa de juro da dívida soberana em relação à
dívida soberana de outros emitentes soberanos.

As medidas relacionadas com a dívida soberana e com os CDS soberanos,
incluindo mais transparência e restrições às vendas a descoberto sem
garantia de detenção dos activos, devem impor "requisitos que sejam
proporcionados e que simultaneamente evitem um impacto adverso sobre a
liquidez dos mercados", estabelece o regulamento.

In J. de Negócios


Eu pergunto agora: essa proibição é feita apenas no mercado europeu?
Quem impede os investidores de negociar estes instrumentos em
plataformas fora da UE?

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

BCP vende 411 casas a 'preços de saldo'

«Mês do Imobiliário Millennium é um novo negócio do banco Millennium bcp que tem como objectivo apostar na comercialização dos seus imóveis. Com o slogan ‘M Imóveis’, a instituição financeira vai promover durante um mês uma campanha de comercialização com preços muito vantajosos, envolvendo quatro praças comerciais em Portugal (Norte, Centro Norte, Centro Sul e Sul), 142 sucursais de 16 cidades e cerca de 60 mediadores. No total serão 411 imóveis postos à venda. As promoções consistem em descontos que vão de 10% a 20% do valor de venda autorizado para habitações e até 30% noutros tipos de propriedade. No final, o banco espera um retorno de capital na ordem dos 36 milhões de euros.» In Sol

França prolonga proibição de "short selling" por mais três meses

O Ministros das Finanças francês vai prolongar a proibição das vendas curtas para "desencorajar práticas especulativas" em 10 acções do sector financeiro. “A proibição do ‘short selling’ é uma forma de desencorajar práticas especulativas”, disse o responsável francês numa declaração por e-mail citada pela Bloomberg . Não haverá algo de errado aqui? Não deveria de existir independência entre o governo e o regulador (AMF)? Terá esta medida algum mérito? A proibição foi imposta a 11 de Agosto, tornando-se efectiva a partir do dia seguinte. Desde aí, as acções do Crédit caíram 23% até ao fecho de ontem, enquanto as do Société Générale perderam 25%. O índice europeu da banca desceu 13% desde 12 de Agosto, ou seja, substancialmente menos que os títulos franceses. Um estudo de Carlos Alves indica que as vendas curtas são benéficas para o mercado, desde que respeitem as regras, porque contribuem para uma “maior eficiência do processo de formação de preços”.

BPI é o banco mais exposto à dívida pública italiana

Os maiores bancos portugueses têm 1,032 mil milhões de euros de exposição à dívida pública de Itália. Este montante está quase todo no balanço do banco BPI. BPI --> 972 milhões de euros BCP --> 50 milhões de euros Caixa Geral de Depósitos e BES --> 0.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Arrendamento subiu 6,3% numa década

«A maioria dos alojamentos arrendados paga uma renda superior a 200
euros. Quase metade dos contratos de arrendamento são posteriores a
2005, revela o INE.
Desde 2001, o parque habitacional arrendado cresceu 6,3%, sendo que
46,9% dos contratos de arrendamento foram celebrados entre 2006 e
2011. Os dados ainda preliminares resultantes do Census 2011 realizado
pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelam variações muito
díspares, com Açores (+41,5%), Madeira (+27,3%) e Algarve (+27,5%) a
registarem crescimentos muito significativos no arrendamento. A região
que menos cresceu foi o Alentejo com 0,5%.
O valor mensal da renda da maior parte dos alojamentos arrendados, a
nível nacional, situa-se nos escalões acima de 200€ (54,6%). Contudo,
6,8% desses alojamentos pagam menos de 20€, com destaque para o
Alentejo onde este peso corresponde a 11% dos alojamentos arrendados.
Verifica-se que as regiões da Madeira, Norte e Alentejo são aquelas em
que o peso das rendas inferiores a 200€ é mais elevado,
respectivamente 54,8%, 53% e 50,3%. Em contrapartida, na região de
Lisboa 9,6% dos alojamentos arrendados apresentam uma renda superior a
650€. Os Censos 2011 apuraram ainda que os alojamentos vagos para
arrendar passaram de 80 094 em 2001 para 110 207, a que corresponde um
crescimento de 37,6%. O total de alojamentos vagos para arrendar, face
ao total de alojamentos familiares, assume a sua maior expressão na
região do Algarve com 3,2%. É também nesta região que os alojamentos
vagos para arrendar assumem a maior expressão relativamente ao total
de alojamentos vagos (24,3%). Na região de Lisboa, estas situações
representam, respectivamente, 2,2% e 17,4%.»

Conselhos obtidos ao balcão justificam maioria das escolhas de produtos bancários

«Dos portugueses inquiridos pelo Banco de Portugal só uma pequena
percentagem afirma que a escolha dos produtos bancários resultou da
comparação entre produtos de várias instituições financeiras.
"Questionados sobre as razões subjacentes à escolha dos produtos
bancários que possuem, 54% dos entrevistados apontam como factor de
escolha o conselho obtido ao balcão onde têm conta", revela o
Inquérito à Literacia Financeira da População Portuguesa.

O conselho de familiares ou amigos é a razão apontada por 25% dos
inquiridos, sendo que "apenas 8% dos entrevistados mencionam a
comparação entre várias alternativas como factor determinante no
processo de escolha do produto bancário".

O aconselhamento junto de entidades especializadas é mencionado apenas
por 5% dos inquiridos, quase tanto como aquele que é conseguido na
Internet ou através da televisão, segundo o Banco de Portugal.»

J. de Negócios


Note-se que os funcionários dos balcões sofrem de um forte conflito de
interesses. O seu desempenho (os seus bónus e prémios) dependem dos
produtos subscritos pelos clientes. Assim, têm todo o interesse em
vender o máximo. Mais ainda, vão encaminhar os clientes para os
produtos que lhes proporcionam maiores bónus ou que lhes permitam
atingir mais objectivos comerciais, mesmo que não se adequem ao
cliente.
Mais problemático é quando esses funcionários vendem aos clientes
produtos bancários que nem eles próprios compreendem, o que acontece
mais frequentemente do que se pensa.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Imposto sobre mais-valias duplica para os fundos portugueses

Os fundos portugueses tinham escapado ao aumento do imposto sobre as
mais-valias. A taxa sobe de 10% para 21,5% a partir do próximo ano.
Quando o Governo aumentou o imposto sobre as mais-valias de 10% para
20%, em Julho de 2010, deixou de fora os fundos de investimento
portugueses. Isso permitia aos aforradores continuarem a beneficiar do
regime fiscal antigo, desde que confiassem as poupanças a um gestor. A
proposta de Orçamento do Estado para 2012 acaba com esta excepção.

Para um indústria já hoje moribunda, este é mais um prego no caixão.

Crédito malparado dispara em Angola

Afinal não é só em Portugal.

Entre 2009 e 2010 o crédito malparado na banca angolana praticamente
duplicou. Os dados são de um estudo elaborado pela KPMG e intitulado
'Análise ao sector bancário angolano'. e cujos resultados foram
apresentados ontem em Lisboa.

Segundo as informações recolhidas pela consultora, em 2010 o crédito
vencido nos 23 bancos angolanos disparou 79,6%, o que significa que o
rácio de crédito vencido sobre o crédito total se fixou nos 5,1%.

Já em termos de eficiência, a KPMG nota que a evolução do
'cost-to-income' foi, globalmente, negativa, com um aumento de dez
pontos percentuais entre 2009 e 2010, para 49,7%. Uma subida
justificada pelo aumento dos custos operacionais, derivados da
abertura de mais balcões e consequente aumento do número de
funcionários - o sector bancário angolano emprega, actualmente, mais
de 11.000 pessoas. E numa altura em que as financeiras europeias
enfrentam dificuldades devido à crise que assola a região, eis que as
instituições angolanas surpreendem com uma atractiva Rentabilidade dos
Capitais Próprios (ROE), que em 2010 se fixou nos 30,3%. Um valor que
foi, ainda assim, penalizado pelo aumento dos custos de estrutura,
nota a KPMG no mesmo estudo.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

As 10 maiores falências de sempre nos EUA

- Lehman Brothers, Setembro de 2008. Activos: 691 mil milhões de dólares - Washington Mutual, Setembro de 2008. Activos: 328 mil milhões de dólares - WorldCom , Julho de 2002. Activos: 104 mil milhões de dólares - General Motors, Junho de 2009. Activos: 91 mil milhões de dólares - CIT Group, Novembro de 2009. Activos 80 mil milhões de dólares - Enron, Dezembro de 2001. Activos: 65 mil milhões de dólares - Conseco, Dezembro de.2002. Activos: 61 mil milhões de dólares - MF Global, Outubro de 2011. Activos: 41 mil milhões de dólares - Chrysler, Abril de 2009. Activos: 39 mil milhões de dólares - Thornburg Mortgage, Maio de 2009. Activos: 36 mil milhões de dólares Fonte: AP, BankruptcyData.com