terça-feira, 13 de março de 2012

Argentina à beira do colapso

O Governo argentino está a braços com uma dívida externa de 130 mil
milhões de dólares (147,6 mil milhões de euros/26,6 mil milhões de
contos).

O forte clima de instabilidade gerado pelo Executivo ao afirmar há
dias que não tinha mais recursos financeiros disponíveis até ao final
do ano, tem gerado uma correria dos investidores à praça financeira de
Buenos Aires para vender os seus títulos, temendo que o Estado deixe
de pagar as dívidas aos particulares ou que a moeda local, o peso,
sofra uma forte desvalorização, noticia hoje o "Financial Times".
O risco de ruptura dos compromissos financeiros do país junto dos
mercados internacionais é real, razão pela qual a taxa de juro
aplicada aos empréstimos do Governo argentino atingiram ontem os 17
por cento, o que constitui um preço demasiado elevado para quem
precisa urgentemente de liquidez e de reescalonar a dívida externa.
Segundo o banco norte-americano JP Morgan, o único país no mundo que
apresenta sérios riscos de não saldar os seus compromissos financeiros
com países terceiros é a Nigéria, afastando a hipótese, para já, de o
mesmo vir a acontecer à Argentina.


Corte de 20 por cento nos salários


O Governo argentino deverá determinar uma diminuição de 20 por cento
nos salários dos funcionários públicos, admitiu ontem o secretário da
Economia, Federico Sturzenegger.
O objectivo é fazer baixar os encargos do Estado com despesas
salariais e dessa forma reduzir o défice do Estado em relação ao
Produto Interno Bruto do país, segundo o sítio BBC.com.
Do lado das receitas, o cenário é também dramático, com a recolha dos
impostos a cair 8,7 por cento entre Julho de 2000 e Julho deste ano,
justificados pela redução abrupta do consumo e das despesas das
famílias.
Em resposta ao Governo, a associação argentina da função pública
anunciou uma greve por tempo indeterminado e nos últimos dias os
argentinos desencadearam manifestações de rua espalhadas um pouco por
todas as principais cidades do país.

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