quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Vendas de casas caíram entre 15 e 20% no último ano

A APEMIP estima que a queda das vendas de casas tenha chegado aos 20%,
mas nem tudo pode ser atribuído à crise económica.

No balanço do ano que passou, as transacções de casas baixaram
significativamente, a procura de casas arrendadas é superior à oferta
e o negócio das mediadoras vira-se, cada vez mais, para as redes de
agências. "Não tenho ainda números concretos dessa quebra de vendas,
mas diria que deverá andar entre 15 e 20%", aponta o presidente da
Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de
Portugalda (APEMIP), Luís Lima.

Mas nem tudo de mau se deveu à crise económica e financeira. "O volume
de vendas de 2011 seria sempre menor do que em 2010. É impossível, num
mercado de compra e venda de imóveis, estar permanentemente a crescer.
Isso seria a 'cimentização' injustificada de um país", defende ainda
Luís Lima.

"Desafiante" é a palavra mais relatada pelos especialistas consultados
pelo Diário Económico. "Foi sem dúvida um ano desafiante e fortemente
condicionado pelas restrições ao crédito, pelas eleições antecipadas e
pelo acordo da 'troika'", atesta o director da Century 21, Ricardo
Sousa, responsável pela fusão com a cadeia de mediação Fita Métrica.

Por sectores, há quem aponte para quedas de 40% nas operações
imobiliárias. "A quebra de actividade foi generalizada em todas as
áreas de negócio do mercado imobiliário. No segmento de escritórios,
por exemplo, deverá haver uma redução de cerca de 40% face a 2010,
quando já tinha havido uma redução significativa em relação a 2009. No
comércio, praticamente só houve novos negócios no comércio de rua,
visto que boa parte dos projectos de 'shopping centers' foi travada ou
adiada", defende o director da B. Prime, Jorge Bota.

Apesar do emagrecimento do mercado, há quem se gabe de ter ganho
quota. "Num ano em que o volume de absorção irá atingir mínimos
históricos (estimamos cerca de 80 mil metros quadrados), a Jones Lang
LaSalle vai colocar cerca de 20 mil metros quadrados, isto é,
equivalente a 25% do mercado de escritórios", conclui o director,
Pedro Lancastre.

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