segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Banca subiu ‘spread’ no crédito à habitação para valor recorde

No espaço de um mês, seis bancos subiram os seus 'spreads'. No Banif,
o 'spread' já pode chegar aos 7,95%.
Recorrer ao crédito para comprar casa é cada vez mais caro e difícil e
os sinais não são muito animadores para quem pretenda dar esse passo
em 2012. Isto acontece porque os 'spreads' do crédito à habitação não
param de subir. No espaço de pouco mais de um mês, foram seis os
bancos a operar em Portugal, que reviram em alta os 'spreads' (mínimos
e/ou máximos). Foi o que aconteceu com o Santander, Montepio,
Barclays, Banif, Crédito Agrícola e o Deutsche Bank. Na situação mais
extrema, quem for contrair um empréstimo para comprar casa pode ser
confrontado com um 'spread' de 7,95%.
A tendência de subida de 'spreads' na habitação não é novidade. Desde
2009 que o preço que é cobrado pelos bancos para conceder este tipo de
crédito tem vindo a escalar. Só no último ano, a média dos 'spreads'
mínimos divulgados nos preçários dos bancos mais do que duplicou para
cerca de 3%. Já os 'spreads' máximos suplantam os 5% em todas as 13
instituições financeiras analisadas.
As revisões em alta são transversais à generalidade das instituições
financeiras e são o reflexo das dificuldades pelas quais o sector
passa. Como explica Rui Constantino, economista-chefe do Santander
Totta, "o preço do crédito deve reflectir todos os custos associados.
O que se verifica é que os bancos não estão a conseguir colocar
'funding' no mercado e se não o conseguem o custo do crédito tem que o
reflectir. Depois, também existe o lado do risco de incumprimento que
obriga os bancos as fazerem maiores provisões bem como do próprio
ponto de vista regulatório em que há um consumo de capital associado e
rácios de desalavancagem exigidos. Por isso, claro que isso se tem que
reflectir através da subida dos 'spreads'".

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