segunda-feira, 11 de julho de 2011

Os conflitos de interesse das agências de rating

A principal fonte de conflitos de interesse das companhias de rating reside no facto de serem os emitentes de dívida a suportar os custos associados ao rating, e não os investidores. Quer isto dizer que haveria por parte destas agências, o incentivo de providenciar boas classificações  aos emitentes, porquanto são estes os seus clientes finais.
 
Todavia, as companhias de rating parecem ter conseguido resistir a essa tentação, tendo consolidado por via disso uma boa reputação nos mercados. Um exemplo ilustrativo é dado por alguns estudos que apontam para um nível de insatisfação com o rating atribuído por parte de 30% por parte dos emitentes de obrigações. Por outro lado, a concorrência entre as três companhias conduziu à proliferação de ratings não solicitados, e como tal, não pagos. No caso da Fitch a proporção de ratings não solicitados situa-se em 5% do total.
 
Mais preocupante tem sido o crescimento de outras áreas de negócio destas empresas, em particular da consultoria. Em alguns serviços competem mesmo com os principais bancos de investimento. Mas se as agências de rating fornecem serviços de consultoria a empresas alvo de avaliação/notação de risco não estaremos a enfrentar um novo e mais nocivo conflito de interesses?
 
Uma solução poderia passar assim pela proibição de prestar serviços de consultoria ou outros serviços acessórios a empresas alvo de notação de risco de crédito, mas seria suficiente para evitar uma crise similar ao subprime?
 
 

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