segunda-feira, 11 de julho de 2011

As agências de rating

A polémica em torno das agências de rating dominou o noticiário económico ao longo da última semana. 
 
Os ratings estão associados à probabilidade de uma empresa/país respeitar as suas obrigações financeiras. É certo que existem diversas companhias de rating, contudo um oligopólio de três dominam o mercado mundial - S&P, Moody's e Fitch. Nos EUA, o envolvimento prévio de uma destas três companhias na emissão de dívida corporativa é crucial para o sucesso da operação de colocação dessa dívida no mercado primário.
 
Para se ter a noção da dimensão destas empresas, basta relebrar que em 2004 a S&P avaliou dívida no montante de 30 triliões de USD, distribuída por 750.000 títulos e 40.000 devedores. Das três agências, a mais rentável é ainda assim, a Moody's com uma margem operacional de 50% das receitas.
 
Durante a última década, estas empresas estiveram sujeitas a diversas críticas. Numa primeira fase, com a crise das Dot.com não anteciparam a falência de empresas como a Enrom, a WorldCom e a Parmalat. Em 2007, falharam na previsão da crise subprime e recentemente, têm sido críticadas por excesso de zelo, no que concerne à dívida soberana de estados europeus.
 
A sua influência cresceu fortemente com a colagem da regulação financeira aos seus ratings: os fundos de investimento e os fundos de pensões restringem o seu investimento a determinadas categorias de obrigações (não podem investir em junk bonds), o acordo de Basileia associa os rácios de capital dos bancos aos ratings de obrigações detidas e mais recentemente com opções de reembolso antecipado em caso de descidas de rating abaixo de determinados níveis.
 
 
 
 
 
 
 

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