quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Espanha levanta proibição de "short-selling"

O regulador do mercado espanhol terminou hoje com a proibição da venda
a descoberto de acções do sector financeiro, garantindo que a "extrema
volatilidade" diminuiu. Os bancos do país reagiram em forte queda.
"A extrema volatilidade, a instabilidade e a incerteza nos mercados
europeus, e em particular no sector financeiro, que justificaram a
proibição de vendas a descoberta de acções do sector financeiro,
diminuíram", referiu o regulador do mercado espanhol (CNMV) em
comunicado citado pela agência Bloomberg.

O regulador refere ainda que as medidas tomadas pela União Europeia
para aumentar a disciplina orçamental dos Estados-membros, bem como as
operações de financiamento do Banco Central Europeu, ajudaram a
estabilizar os mercados.

O governo espanhol já reagiu à decisão da CNMV, afirmando que o
regulador é um organismo "independente" e "tem os seus argumentos"
para levantar esta proibição.

Os bancos também já reagiram a esta decisão e seguem, nesta altura, em
forte queda na bolsa de Madrid. O Bankia é o título que mais
desvaloriza, ao perder 8,06% para os 3,068 euros.

O Sabadell recua 7,45%, o Popular cai 6,73% e o BBVA desvaloriza
5,05%. O Santader é o título que mais penaliza o IBEX 35, ao cair
3,33% para os 6,235 euros. A bolsa espanhola segue a perder 2,68% e é
um dos mercados europeus que mais desvaloriza, apenas superado pelo
grego, que perder 2,88%.

A venda a descoberto foi proibida a 12 de Agosto passado em quatro
países europeus (França, Espanha, Itália e Bélgica), com o objectivo
de estabilizar os mercados financeiros.

Na altura, diversos rumores, em particular sobre os bancos franceses
(o Société Générale chegou a cair mais de 20% numa só sessão) e o
rating da segunda maior economia europeia, provocaram fortes queda no
sector bancário e levaram os reguladores a proibir as vendas a
descoberto.

"O short selling pode ser uma estratégia válida, mas quando usado em
conjunto com a divulgação de rumores falsos, é uma prática claramente
abusiva", refere a ESMA, a autoridade reguladora do mercado de valores
mobiliários da Europa.

Já antes o short-selling tinha sido proibido na Turquia, Grécia e Coreia do Sul.

A operação de "short-selling" consiste na venda de acções por parte de
um investidor que as pede antes emprestadas. O objectivo passa por
recomprá-las mais tarde (a um preço inferior), entregar a quem as
emprestou e ficar com a diferença.

Esta operação exerce uma pressão negativa sobre os títulos e terá sido
utilizada, antes da proibição em Agosto, para que os investidores
ganhem com a queda dos títulos da banca.

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