quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Deutsche Bank vende fundo que aposta na morte de pessoas

«O Deutsche Bank vendeu um fundo de seguros de vida aos clientes que
consiste em apostar na morte de pessoas, lucrando mais se estas
morrerem mais cedo, noticia hoje o matutino Süddeutsche Zeitung. Um
advogado dos investidores está já a preparar uma queixa-crime contra o
banco, que acusa de ofensa à moral e aos bons costumes.

O fundo chama-se 'db Kompass Life 3' e foi vendido na Alemanha a
pequenos investidores, que no total aplicaram mais de 700 milhões de
euros, noticia ainda o jornal de Munique. Alguns deles queixaram-se
junto do provedor da Associação dos bancos Privados, quando
descobriram que tipo de investimento lhes tinha sido sugerido.

A associação rejeitou as reclamações, mas criticou a constituição do
fundo, afirmando que este "contraria a ordem de valores vigente,
baseada na dignidade da pessoa humana", em carta dirigida a um dos
queixosos. Na mesma carta afirma-se que deverá ser um tribunal a
esclarecer se a aposta na duração das vidas humanas de um determinado
círculo de pessoas viola ou não os valores pelos quais se deve reger
uma sociedade.

Um advogado de Hamburgo, que representa cerca de 30 queixosos, já
anunciou que vai recorrer aos tribunais, para obrigar o Deutsche Bank
a anular os investimentos dos seus constituintes no referido fundo,
que apostavam em seguros de vida de cerca de 500 norte-americanos
entre os 72 e os 85 anos. Quanto mais cedo estas pessoas morrerem,
mais depressa o fundo deixa de pagar os respectivos seguros, obtendo
assim mais dividendos.»

A notícia não esclarece que tipo de tábua de mortalidade foi usada.
Mas se foi uma geral para a população norte-americana, e estes fundos
apostaram em apólice de pessoas mais ricas, com acesso a melhores
serviços de saúde é natural que as pessoas se sintam defraudadas.

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