terça-feira, 3 de janeiro de 2012

CFO portugueses são mais novos e ganham menos que a média europeia

Os salários mais altos são os dos CFO da Alemanha, Suíça e Áustria,
que estão muito acima da média.

Os 'Chief Financial Officers' (CFO) e directores financeiros
portugueses são os mais jovens, ganham menos que os congéneres
europeus e têm pouca experiência profissional no estrangeiro. Esta é
uma das muitas conclusões de um estudo efectuado pela Michael Page,
este ano, a 2.407 CFO e directores financeiros de 14 países, a maioria
da zona euro.

Em Portugal, "notámos que existem mais CFO jovens, tal como em França
e na Alemanha. Existem vários factores para que isto aconteça, mas tal
deve-se, principalmente, ao tamanho das companhias, pois mesmo as
multinacionais que estão em Portugal têm departamentos financeiros
relativamente pequenos", explica ao Diário Económico Álvaro Fernández,
director-geral do grupo Michael Page.

Outro dos factores prende-se com a circunstância de Portugal ter
também uma nova geração de pessoas, que são normalmente muito jovens,
mas que têm uma visão internacional e alguma experiência profissional
no estrangeiro. Porém, de todos os CFO em análise, os portugueses,
polacos, russos e espanhóis são os que têm menor experiência
internacional.

O retrato do CFO português, com base no barómetro europeu 2011, da
consultora Michael Page, só tem paralelo com o dos congéneres de
Polónia e Rússia e contrasta com os dos países em que se fala alemão.
Pelo menos um terço dos CFO de cada um destes três países indica que
se tornou CFO quando tinha menos de 30 anos de idade, ao passo que
mais de 70% destes tinha menos de 35 anos.

Segundo o responsável da Michael Page, o papel dos CFO na actual crise
é muito importante. "É o CFO que poderá indicar quais os cortes de
custos que podem ser efectuados e o que deverá ser melhorado na área
administrativa", realça Álvaro Fernández. Além disso, caberá ao CFO
"ajudar a escolher o melhor caminho para a companhia para que, no
futuro, esteja mais preparada. O CFO é uma das peças mais importantes
de uma empresa".

Papel activo na gestão

Durante muito tempo, o cargo de CFO foi encarado como executivo que
estava centrado, unicamente, na parte financeira. Hoje o CFO deverá
ter um papel mais activo e tornar-se um 'partner' da organização. "Em
Portugal o CFO é multidisciplinar, pois as organizações são pequenas.
Constatámos que, normalmente, dominam a parte financeira, mas também
conhecem bem a área administrativa, jurídica, informática, etc",
salienta o responsável da Michael Page.

António Filipe, CFO da Canon Portugal, assumiu o cargo com 33 anos e
hoje, com 37, gere quatro departamentos na área financeira: risco,
crédito, contabilidade e 'reporting'. Actualmente, "estamos
perfeitamente aptos a fornecer informação a todos os departamentos da
empresa. Antigamente, as áreas financeira e comercial estavam de
costas viradas", diz António Filipe.

O barómetro europeu mostra ainda que os administradores financeiros
têm pouca confiança no euro.

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