sábado, 29 de outubro de 2011

Haircut da dívida é um “evento de crédito”

A agência de notação financeira Fitch defende que a participação do
sector privado numa operação de reestruturação da dívida grega, como
uma operação de 'haircut', será reconhecida como um "evento de
crédito".

Esta decisão deverá ter fortes repercussões ao nível do mercado dos
'credit default swaps' (CDS), dado que uma situação de 'default'
permitirá aos seus detentores accionarem estes instrumentos
financeiros, que os seguram de um eventual incumprimento do emitente
obrigacionista.

Segundo estimativas da DTCC, uma instituição que opera como
intermediário na negociação destes contratos, o montante actual de
'contract default swaps' (CDS) líquidos em negociação sobre obrigações
gregas é de 2.617 milhões de euros.

Contudo, este montante poderá, mesmo assim, não ser exercício. Isto
porque, segundo David Geen, director executivo da associação
internacional de derivados e 'swaps' (ISDA), poderá dar-se o caso de
mesmo numa situação de 'default' das obrigações declarada pelas
agências de 'rating' os CDS sobre esses títulos poderem não ser
exercidos.

Este cenário poderá ocorrer porque os critérios utilizados pelas
agências de 'rating' para classificarem as obrigações são diferente da
utilizada pelo mercado obrigacionista e diferente da utilizada na
avaliação dos CDS.

Ainda ontem, a ISDA referiu que se "o perdão da dívida grega" for
verdadeiramente voluntário por parte dos investidores, o 'haircut' não
será considerado um "evento de crédito". Se assim for, é provável que
os CDS não sejam accionados, apesar de as agências de 'rating' terem
uma opinião contrária

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