sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A agência de notação financeira Fitch cortou o 'rating' de 12 bancos europeus e colocou sob vigilância negativa de outros 11 instituições

A Fitch publicou hoje um conjunto de relatórios sobre a banca europeia
que apontam todos para um agravamento das condições do sector
financeiro.

A agência de notação financeira dá como exemplo o agravamento do
ambiente macroeconómico no continente e a recente evolução da
estrutura de negócio da banca.

A consequência destas análises traduziu-se num enorme chumbo à banca
europeia que traduziu-se no corte do 'rating' de 12 bancos - 10
britânicos, um suíço e um alemão - e na colocação sob revisão negativa
do 'rating' de cinco dos maiores bancos comerciais europeus e de sete
bancos universais com operações no espaço europeu.

Destaque para os 'downgrades' em um nível de "A+" para "A" do UBS e em
duas notas, de "AA-" para "A", dos britânicos Lloyds e Royal Bank of
Scotland.

Estes cortes foram justificados pela agência em detrimento da
especulação intensa do mercado e do potencial esquema de
recapitalização dos bancos da zona euro.

"Se as autoridades determinarem que o apoio extraordinário [à banca da
zona euro] seja necessário no curto prazo, tais medidas serão
fornecidas aos bancos directamente pelos países ou através de um
mecanismo pan-zona euro. Por isso, no curto prazo, a agência mantém a
classificação dos bancos ao nível do 'rating' mais elevado dos países
da zona euro, que são "A+" para os maiores bancos em França, Alemanha
e Holanda, e com a categoria de "A" para o equilíbrio dos soberanos
europeus classificados com "AA-" superior."

Mas a razia não ficou por aqui. Os especialistas da Fitch colocaram
também sob revisão negativa o 'rating' dos franceses Credit Agricole,
BNP Paribas, Societe Generale e Banque Federative du Credit Mututel,
do britânico Barclays, do suíço Credit Suisse, do alemão Deustche Bank
e das operações europeias dos norte-americanos Goldman Sachs e Morgan
Stanley.

A Fitch justifica esta decisão por considerar que "os modelos de
negócio são particularmente sensíveis ao aumento dos desafios que os
mercados financeiros estão a enfrentar", quer seja ao nível "de
desenvolvimentos económicos, particularmente na zona euro, quer seja
ao nível de uma inumerável quantidade de mudanças regulatórias."

No caso dos bancos que foram colocados sob revisão negativa, a Fitch
refere que "qualquer 'downgrade' que venha a suceder será, na maioria
dos casos, em uma nota ou, no máximo, em duas notas."

No relatório "Rating de bancos num mundo em mudança", a Fitch frisa
que "vários factores de mercados e dados fundamentais reforçam a visão
de que os perfis de crédito de alguns grandes bancos e com uma elevada
classificação enfrentam uma pressão negativa".

Mas os especialistas foram ainda mais longe e, no mesmo documento,
referiram que "globalmente, existem poucos bancos com perfis de risco
consistentes com o padrão de emissor da categoria de 'rating' de "AA"
mas mais consistentes com 'ratings' da categoria "A"".

Neste sentido, é de esperar novos cortes de 'rating' do universo do
sector financeiro europeu.

In DE

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