quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Perdas com dívida de Portugal e Irlanda somam 20 mil milhões

Na Zona Euro, o FMI nota que as pressões da crise da dívida "ameaçam
reiniciar um ciclo adverso entre o sector financeiro e a economia
real".

As estimativas do FMI apontam para que o impacto directo da crise de
dívida soberana dos países europeus, nos bancos da União Europeia,
totalize já 200 mil milhões de euros desde o início da crise em 2010.

Esta estimativa não contempla as necessidades de reforço de capital,
nem a exposição dos bancos a outras entidades financeiras da região.
Incluindo as perdas relacionadas com o sector financeiro, as
expectativas do FMI apontam para que as perdas totais somem 300 mil
milhões de euros, quase o dobro do PIB português.

Deste total de perdas, que os bancos estão a reconhecer sobretudo
através de imparidades, amortizações e outras operações, 60 mil
milhões de euros dizem respeito à dívida soberana da Grécia. Incluindo
Portugal e Irlanda, as perdas avançam para 80 mil milhões de euros,
enquanto se for incluída a dívida soberana da Bélgica, Espanha e
Itália (países afectados mais tarde pela pressão dos mercados), o
impacto directo na banca europeia sobe para 200 mil milhões de euros.

Os restantes 100 mil milhões de euros (para perfazerem os 300 mil
milhões de euros) de impacto directo e indirecto, dizem respeito às
perdas que os bancos da União Europeia perderam nas instituições
financeiras dos países da região.

"Apesar de estes números serem baseados nas avaliações de mercado do
risco de crédito, pelo que podem estar sobrevalorizados, mostram que
os problemas são reais", refere o FMI.

Além disso, "aumentam o risco de ocorrer uma desalavancagem mais
severa, contracção no crédito e arrastamento económico, a menos que
sejam tomadas medidas adequadas para contrariarem as origens do risco
soberano", refere o FMI, apelando por isso a estratégias de
consolidação orçamental credíveis.

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