segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Mercado imobiliário manteve um desempenho de descida

A consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W) revelou o seu
relatório relativo ao Outono de 2011, segundo o qual o mercado
imobiliário manteve um desempenho de descida, causado pela situação
económica e incerteza política que caracterizou a primeira metade do
ano.

No referido relatório pode ler-se: "no primeiro semestre do ano, os
efeitos da difícil situação económica que o país atravessa foram
vividos em todas as vertentes do mercado imobiliário". Todas as
vertentes analisadas pela C&W (investimento imobiliário, mercado de
retalho, mercado de escritórios e imobiliário industrial) revelaram
comportamentos negativos, tendo, em alguns casos, sido registados
mínimos históricos.

No mercado de retalho, a consultora destaca as quebras no volume de
negócios, que se verificam "desde 2008", e destaca o "cada vez maior
distanciamento" entre os valores de volume de negócios alimentares e
não alimentares. No relatório, pode igualmente ler-se que os "efeitos
do imposto extraordinário deverão trazer o índice para valores muito
reduzidos no final de ano"

Destaque igualmente para a retracção da oferta com os números de nova
Área Bruta Locável (ABL) a descerem. No primeiro semestre abriram
apenas dois novos espaços (Fórum Sintra e Aqua Portimão). No que toca
à distribuição da AABL, o destaque vai para os centros comerciais, que
concentram 83% da ABL actual, e para os "Outlets" que, segundo a C&W,
apresentam "maior valorização", beneficiados pelo "factor preço".

No mercado dos escritórios, o primeiro semestre registou nova quebra,
atingindo mesmo "novo mínimo histórico". A área média dos negócios
celebrados neste segmento foi de 268 metros quadrados, o que equivale
a "quase metade do valor de 2010". No primeiro semestre, ouve apenas
três negócios acima dos mil metros quadrados.

Já no que toca ao investimento imobiliário, a C&W refere que o mercado
de investimento imobiliário em Portugal continuou a refletir os
efeitos da crise económica vivida no país". O relatório prossegue
identificando as causas concretas para o desempenho abaixo das
expectativas: "as duras condições de financiamento e as dúvidas quanto
à sustentabilidade das contas públicas nacionais tiveram, no primeiro
semestre do ano, um forte impacto na actividade de investimento
imobiliário".

No investimento imobiliário total verificou-se uma "quebra de 30% face
ao primeiro semestre de 2010", fruto de 185 milhões de euros
transaccionados – um "dos volumes mais baixos da década". O valor do
negócio médio cifrou-se nos 7,4 milhões de euros, quando a média da
última década está fixada nos 18 milhões de euros.

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